A Aliança Láctea Sul-Brasileira (ALSB) avança em suas iniciativas para promover o crescimento da cadeia produtiva do leite. Em reunião realizada na última quinta-feira (02), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), representantes dos estados do Sul discutiram a atualização sobre o panorama da produção de leite.

Entre os temas discutidos estiveram as ações em andamento em cada estado (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná), com especial atenção para os desafios relacionados à entrada de leite em pó importado do Mercosul.
O encontro, conduzido pelo coordenador geral da ALSB, Rodrigo Ramos Rizo, contou com a participação de autoridades e especialistas do setor lácteo.
Na reunião, foi apresentado o diagnóstico do leite no Paraná, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR). “Estão de parabéns os representantes do Paraná que elaboraram todo esse trabalho de levantamento de diagnóstico muito bem feito”, elogiou o coordenador geral da Aliança Láctea, Rodrigo Rizo, sobre a qualidade do leite.
Na ocasião, o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Zeferino Pedrozo, frisou o quanto o Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro (PDCGL) é essencial para investimentos na ampliação da produção.
“Com cooperação será possível aumentar nossa competitividade no mercado global e criar oportunidades para potencializar o setor”, afirmou Pedrozo.
Programa Leite Bom SC foi destaque no encontro 251624
Secretário de Estado da Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto, destacou as iniciativas do governo catarinense para fortalecer a cadeia produtiva do leite, incluindo o pacote de apoio financeiro e a suspensão de incentivos fiscais para a importação de lácteos.
“O pacote garante R$300 milhões em apoio ao setor nos próximos três anos. Paralelamente aos investimentos, decreto do governador Jorginho Mello suspende a concessão de qualquer incentivo fiscal para a importação de leite e derivados por Santa Catarina”, salientou Colatto.
Segundo o secretário, o pacote acaba com a concorrência desleal que vinha prejudicando a produção leiteira catarinense. “Santa Catarina hoje está produzindo hoje cerca de 3,2 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 9,3% da produção do Brasil”, destacou Colatto.
A ALSB foi estabelecida como um fórum público-privado para harmonizar o ambiente produtivo, industrial e comercial dos três estados. O Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro busca melhorar a qualidade e eficiência da produção, bem como promover parcerias duradouras entre produtores e indústrias.
Confira os 10 objetivos do Plano de Desenvolvimento da Competitividade Global do Leite Sul-Brasileiro 4e3bw
– Produzir leite com alta qualidade, a custo baixo e com organização logística eficiente para ser competitivo no mercado global em relação aos principais exportadores mundiais.
– Melhorar a eficiência e o desempenho agronômico e zootécnico da produção de leite na região Sul do Brasil, adequando a produção aos princípios da sustentabilidade, ESG e bem-estar animal.

– Aumentar a escala de produção e reduzir os custos médios por litro de leite produzido e transportado.
– Melhorar a qualidade e o rendimento industrial do leite, com aumento do percentual de gordura e proteína na sua composição e pagamento por sólidos totais.
– Melhorar a logística e a infraestrutura nas regiões produtoras de leite com investimentos em estradas, energia trifásica e Internet.
– Melhorar a organização e governança da cadeia produtiva do leite com estratégias setoriais pré-competitivas, eliminação de assimetrias tributárias, intercooperação visando eficiência na logística e investimentos em marketing e informação geral para aumento consciente do consumo de lácteos.
– Promover a fidelização do relacionamento comercial entre produtores de leite e indústrias de laticínios por meio de parcerias duradouras.
– Conquistar e manter a excelência sanitária e biossegurança dos rebanhos com robustos serviços públicos e privados de defesa agropecuária e sanidade.
– Adequar e harmonizar o serviço de inspeção de produtos de origem animal.
– Criar mecanismos para estimular indústrias a instalar ou adequar plantas voltadas à exportação de lácteos.