
O Zoo Pomerode é conhecido pela sua atenção com a diversidade e bem-estar dos animais que lá vivem. Além disso, as ações de sustentabilidade buscam melhorar como consumimos e enxergamos o impacto humano na natureza. Um exemplo claro é a compostagem que recicla o lixo orgânico e transforma em adubo. A compostagem é um processo de degradação da matéria orgânica por bactérias ou fungos, que resulta em um composto rico em nutrientes e livre de materiais tóxicos, sendo comum utilizá-lo como adubo. A prática é tão comum que é possível ter a compostagem doméstica até mesmo em um apartamento.
O Zoo Pomerode realiza a compostagem de toda matéria orgânica gerada no cotidiano das atividades. Diariamente estes materiais são levados e depositados em nossa composteira, respeitando-se a montagem na proporção de três para um, ou seja, uma parte dos resíduos e três partes de restos vegetais. Durante o processo libera-se calor, água e CO2, devido à atividade das bactérias que atuam na decomposição dos materiais.
“As ações de sustentabilidade instituídas no Bioparque Zoo Pomerode, possibilitam a geração de economia, estas economias são totalmente reinvestidas na estrutura do Bioparque, com a finalidade de melhorar o manejo e os habitats dos animais.”

O composto final é utilizado para adubar e até como substrato para as plantas usadas no projeto paisagístico. Esta medida visa contribuir com a sustentabilidade das ações e impactos gerados pelo Zoo.
O e Procurador da Fundação Hermann Weege – Zoo Pomerode, o Maurício Bruns, explica como que a composteira “tem como principal função a reutilização de todo material orgânico (resíduos de jardinagem, folhas, galhos, grama, restos de frutas, legumes e verduras, além dos dejetos que são diariamente recolhidos nos habitats dos animais sob cuidados humanos). Todo material é depositado em local adequado e através de um processo biológico, microrganismos transformam todo material orgânico em húmus. O material orgânico é reutilizado na adubação das plantas no Bioparque Zoo Pomerode. (Plantio de flores, grama e árvores). Um dos principais benefícios da compostagem é a diminuição das despesas de coleta e transporte dos resíduos.”

Além da busca em transformar algo que já foi descartado em vida, o Zoo busca garantir a qualidade do meio ambiente como um todo. Para isto, possui um sistema de fossa e filtro para tratamento de efluentes gerados na instituição. O bioparque atua na bacia do Ribeirão Jerusalém, por isso é essencial realizar este processo para garantir a conservação dos recursos ambientais disponíveis. O sistema utilizado pelo Zoo é mais uma evidência da preocupação e importância de nossas instituições para a qualidade de vida da comunidade e da biodiversidade.
Ainda visando as boas práticas, contra o consumo excessivo e produção de lixo desnecessária, ações que diminuem custos e impactos no meio ambiente ganham extrema importância. Uma alternativa encontrada é adquirir produtos locais, pois ao reduzir gastos com transportes e emissão de gases poluentes, contribui com a economia da região. A ponta de cana utilizada na alimentação de elefantes e a serragem usada para a forração dos ambientes são oriundas de Pomerode.

A preocupação com a ambientação dos recintos onde vivem os animais é constante no Zoo Pomerode, sendo essencial para garantir espaços enriquecidos. Uma opção encontrada para propagar plantas a serem utilizadas é a estaquia. Um método eficaz e sem custos adicionais, pois utilizamos plantas já existentes no local, mão-de-obra da nossa equipe de funcionários e adubo da composteira do zoológico. A estaquia pode ser feita por caules, ramos ou folhas para gerar mudas. Neste método, as cópias possuem o mesmo DNA da planta mãe, então é importante escolher uma planta sadia. Deve-se retirar a parte a ser utilizada e enterrar em solo fértil, sendo essencial molhar bem diariamente após o plantio.
Nesse processo já foram produzidas 1200 mudas de hibisco no bioparque. Muitas destas foram plantadas nos ambientes, depois de crescidas, e também já foram destruídas pelos animais, comportamento comum de algumas espécies, evidenciando a necessidade de haver uma renovação constante dos recintos para garantir a brincadeira deles.

“As ações de sustentabilidade instituídas no Bioparque Zoo Pomerode, possibilitam a geração de economia, estas economias são totalmente reinvestidas na estrutura do Bioparque, com a finalidade de melhorar o manejo e os habitats dos animais.”, afirma Maurício.
Uma das grandes conquistas é poder retornar os animais ao seu habitat natural. É por isto que a vegetação das margens de rios, lagos e outros corpos d’água é vital para a manutenção da qualidade da água e sobrevivência da biodiversidade local. Esta vegetação funciona como um filtro, impedindo a contaminação da água e também evitando processos de erosão que podem comprometer o abastecimento da região, pois ela garante o armazenamento de água nos lençóis freáticos.
O Zoo Pomerode fez a recomposição da mata ciliar em um trecho de 16 mil m² do Ribeirão Jerusalém que transa parte do Zoológico. Animais da fauna nativa foram avistados, incluindo muitas aves que utilizam a nova mata também para se alimentar, como por exemplo os cuiús-cuius. Este é um dos motivos, entre tantos outros, que reforça a importância de manter as áreas de preservação permanente e também reflete a preocupação do Zoo com o seu entorno e a conservação da fauna local, afinal como diz o velho ditado: são necessárias ações locais para contribuir com o impacto global.

Investimentos na ampliação do bioparque deram a possibilidade de gerar sua própria energia através da instalação de 700 placas fotovoltaicas. Suprindo assim toda a necessidade e gerando 15% a mais. As placas estão instaladas no estacionamento e a estrutura funciona como cobertura para as vagas de veículos. Com isso, além da economia gerada pela autossuficiência energética, é capaz de proporcionar mais conforto aos visitantes.
“O Sistema de geração de energia através do sistema fotovoltaico, oportuniza a produção de energia elétrica limpa e renovável e com baixo impacto ambiental. Visto, a grave crise hídrica, que estamos atravessando nos últimos tempos e com os baixos níveis de água nos grandes reservatórios que abastecem as principais hidrelétricas no Brasil é muito comum os consumidores tornarem-se reféns dos altos e baixos das faturas de energia. Com sistema fotovoltaico geramos créditos para utilizarmos em dias de baixa produção de energia.”, comenta Maurício.

Seguindo a linha de bioeconomia, em cada estação do ano diferentes frutas são encontradas na natureza e o Zoo Pomerode aproveita esta sazonalidade para incrementar ações de bem-estar. Alguns dos alimentos que são utilizados estão presentes no próprio Zoo, como as goiabas oferecidas aos psitacídeos e os ramos de aroeira e capim oferecidos aos eriformes, sendo uma forma de reaproveitamento. Apenas o pinhão oferecido aos primatas e psitacídeos é adquirido no comércio. Por isso, o Zoo Pomerode prioriza a utilização de mudas nativas na arborização dos recintos e eios. A utilização de mudas nativas, como jerivá, figueiras, tucaneiro, ingazeiro e palmiteiro, contribui com a fauna local oferecendo abrigo e alimento. Além disso, estas espécies vegetais nativas também são abordadas nas palestras do programa de Educação Ambiental.
Com visão aérea é possível encontrar um esverdeado no teto. Isso porque o Zoo Pomerode transformou um telhado em uma área verde. No espaço de 50 m², foram utilizadas plantas ornamentais como a tamareira-anã (Phoenix roebelenii). Essa técnica consiste no plantio de mudas sobre as coberturas de construções. Para ser funcional, a estrutura deve contar com sistema de impermeabilização e drenagem adequada. Mas existem também outras técnicas similares que trazem os mesmos benefícios, como jardins verticais e paredes verdes. A opção depende do espaço e dos recursos disponíveis. Além de melhorar o aspecto visual das áreas urbanas, estas alternativas sustentáveis melhoram a qualidade ambiental local.

Entre as vantagens destas técnicas estão: redução da poluição sonora, pois as plantas absorvem ruídos e funcionam como revestimento acústico; a redução da poluição do ar; o aumento da umidade relativa do ar nas áreas próximas, e o isolamento térmico que garante a melhora do microclima local. Em ambientes fechados, uma parede verde pode diminuir até 3º C de temperatura.