Já pensou ter um amigão 24 horas ao seu lado, daqueles mais féis, com o qual é possível contar para quaisquer situações, do tipo que muda sua vida para sempre? Pois há muitos animais, abandonados ou vítimas de maus-tratos, esperando serem escolhidos por uma família para dar todo esse amor e carinho. Apenas na Dibea (Diretoria de Bem-Estar Animal) de Florianópolis, são cerca de 173 cães e 30 gatos que aguardam a chance de ter um lar.

A maioria dos que esperam ser adotados no local é de porte médio a grande, explica Fabiana Bast, diretora de Bem-estar animal do município.
“Esse é o perfil dos animais que saem para a rua, atrás de fêmeas no cio. A maior parte destes animais é resgatada por maus-tratos ou atropelamento”, afirma.
Ela diz que muitas pessoas procuram o órgão em busca de um animal específico, mas lembra que há muitos outros pets, que podem até ser uma opção melhor do que a pensada anteriormente para a família.
“Dentre os que estão aqui conosco, a adoção de gatos é mais fácil, pois há muitas pessoas hoje morando em apartamentos, espaços menores e que procuram os que são mais adaptáveis a esses locais. Também há uma grande busca pelas fêmeas de pequeno porte. Essas, quando chegam aqui, ficam muito pouco. Por outro lado, há outros animais que já aguardam por uma adoção há oito anos. Temos procurado promover eventos de adoção para esclarecermos que, muitas vezes, adotar um animal adulto é muito mais fácil do que adotar um filhote, pois o animal adulto aprende as regras da casa, coisas novas, ele é muito agradecido pela adoção”, explica.
Fabiana ressalta ainda que todos os animais doados pela Dibea são castrados e microchipados. “Os filhotes que ainda não têm idade para castrar são doados com a castração agendada”, reforça.
Renata Zeferino, veterinária da Dibea, destaca que a adoção beneficia a todos. “Principalmente por causa do abandono dos animais. Quando as pessoas participam das campanhas, além de dar uma segunda chance aos pets, ajudam também na redução de problemas que afetam toda a comunidade, já que eles podem transmitir zoonoses e causar acidentes de trânsito, entre outras situações”, lembra.

Novo membro da família 601e38
A veterinária Renata reforça que a adoção deve ser responsável e consciente. “Os animais trazem muitos benefícios também para a família adotante, normalmente a necessidade deles de sair e ear leva as pessoas a saírem mais de casa, fazerem mais exercício, além da socialização. Mas as pessoas precisam entender suas responsabilidades, que estão levando mais um membro da família para casa e que a atenção, o amor e o carinho devem ser mútuos”, afirma.
Ela acrescenta que é importante que os adotantes escolham um animal que combine com o perfil da família. “A gente tem sempre que pensar num animal que tem o mesmo ritmo das pessoas, se forem mais calmas, caseiras, um pet mais tranquilo. Temos muitos cães idosos, de porte grande, que se adaptariam a um apartamento, por exemplo, por serem mais calmos. Já se a família for mais agitada o ideal é um animal mais jovem, ativo”, diz.

Sobre o espaço, ela esclarece que o importante é que seja um ambiente seguro e que sejam respeitadas as necessidades do animal. “Gatos, por exemplo, a gente só doa para apartamentos telados. Se for uma casa com um muro mais baixo, que possibilite que o gato possa sair, a gente já orienta que a pessoa leve um cão mais baixinho, mais maduro ou idoso que não vá ter o risco dele pular o muro. A gente tem que pensar que um animal ativo, de grande porte, precisa de mais atenção, mais eios, gastar energia. Ele não precisa de muito espaço, pode até morar num apartamento, desde que o tutor supra essas necessidade de eios e brincadeiras”, afirma a veterinária.

Adotar e não comprar 3g1v2i
Tanto Renata quanto Fabiana reforçam a importância de as pessoas optarem pela adoção e não por comprar um animal. “Amigo não se compra né? Batemos muito nessa tecla. O abandono também acontece com animais de raça, a pessoa tem que estar disposta para adotar, precisa saber que o pet será um membro da família, vai participar das rotinas, quanto mais você interage, mais eles tendem a interagir de volta e fazer parte da rotina daquela casa”, afirma Renata.
A vida, reforça Fabiana, não tem preço. “A gente defende muito que a adoção é o primeiro caminho para termos uma cidade melhor, pessoas melhores, formar cidadãos melhores. O amor que um vira-lata vai oferecer para a pessoa é exatamente igual ao de um cão comprado. Muitas vezes é até maior, porque os animais adotados são muito agradecidos e demonstram isso para as pessoas. Temos incentivado cada vez mais a adoção e mostrado que o amor, o carinho, independe de raça. Aqui na Dibea temos animaizinhos de todos os tipos, todos os tamanhos, todas as cores e perfis. É impossível uma pessoa vir aqui e não se apaixonar por um deles. Tanto os cães quanto os gatos”, diz.
Comprar um animal, lembra ainda a diretora da Dibea, fomenta também o comércio de exploração de animais. “É uma atitude antiética, que incentiva ações criminosas, já que a maioria dos canis e gatis visam apenas o lucro e, desta forma, as matrizes são muito mal cuidadas, exploradas de forma máxima e, quando estão doentes ou não podem mais oferecer essa reprodução, são descartadas”, acrescenta Fabiana.
Os animais de raça que nascem em vários locais como estes, sem critérios técnicos e normas, explica Fabiana, são mais propensos a adoecerem, pois muitas vezes são feitas as cruzas com parentescos e isso pode resultar em vários problemas de saúde, como os ortopédicos, e doenças severas que os acometem ao longo do tempo.

Serviços oferecidos pelo órgão 49e6a
A Dibea atende hoje as consultas veterinárias no sistema ambulatorial, de forma totalmente gratuita. Para receber essa assistência, as pessoas precisam apenas apresentar o comprovante de residência em Florianópolis e o comprovante de renda familiar de até três salários mínimos.
O órgão também realiza castrações em sua sede e, no momento, promove ainda mutirões para a esterilização dos animais, percorrendo os bairros com uma unidade móvel totalmente equipada e com equipe qualificada, para oferecer esses procedimentos à população que não pode arcar com os custos de uma castração e também em áreas endêmicas para leishmaniose e esporotricose, duas zoonoses bem graves que acometem os animais.
Até o momento, já foram castrados quase 800 animais em quatro mutirões realizados na Capital, segundo informações da Diretoria de Bem-Estar Animal. “A castração é a ferramenta mais importante para a gente evitar o abandono, evitar maus tratos, o descontrole populacional e prevenir ainda que esses animais acabem sendo atropelados nas ruas atrás de fêmeas no cio”, finaliza Fabiana Bast.
Requisitos para adotar um animal 7616z
- Ser maior de 18 anos;
- RG e F;
- Ser morador de municípios próximos a Florianópolis;
- Iniciar o processo de adoção na Dibea;
Os animais são entregues na residência, após vistoria no local.
Conforme determina a Lei Municipal nº 10.199, de 27 de março de 2017, a Prefeitura Municipal de Florianópolis informa que a produção deste conteúdo não teve custo, e sua veiculação custou R$2.000,00 reais neste portal.