“Ninguém precisa prender os bichinhos; quando são amados e bem tratados, eles sempre voltam”. Assim define a moradora de Aurora, Rubia Beschinock Luckmann, ao falar sobre o amor da família por um ‘serzinho’ singular; a ave da noite.
A relação começou em outubro do ano ado, quando um filhote de coruja foi encontrado na propriedade da família. Ele estava no chão, quase sem vida. “Acreditamos que a mãe acabou rejeitando, acontece muito com a espécie”, deduz.
Ninho improvisado 2j4l4n
A partir de então os cuidados foram constantes. O marido de Rubia chegou a improvisar um ninho em um dos pinheiros da casa. A intenção era que a mãe voltasse à noite para alimentar o filhote. Mas, para o desespero do casal, o plano não deu certo.
A coruja estava praticamente morta quando o casal decidiu “transferir” o ninho para uma bacia e levar para o interior da casa, mais perto da família. As pesquisas da família começaram a pautar a alimentação e os cuidados com a ave noturna, que ou a reagir para a alegria de todos.
Pilica no ninho improvisado, quando ainda era filhote – Vídeo: Arquivo Pessoal/Rubia Beschinock /ND
Pilica estava pronta para voar, mas não abandonou o lar 5z5373
Certo dia, a melhor notícia dos últimos meses veio também com a pior. Pilica, nome carinhoso dado à ave, conseguiu voar. Ela já estava pronta para ser “devolvida” à natureza. Mas, com isso, a família também precisou enfrentar a dor da despedida.
Pilica mostrou que suas habilidades vão além da de enxergar através da escuridão. Mostrou conseguir ver o que os outros não veem.
Ave noturna fica na porta até a família abrir e recebê-la 19734x
Nos primeiros dias, segundo Rúbia, ela ficava em uma árvore próxima da casa, “chamando a família”. Depois, a coruja aparecia na porta e permanecia até conseguir entrar, ganhar carinho e comida, e depois retornar para o habitat.
“Todas as noites ela volta. A gente já fica esperando e quando ela demora um pouquinho já estranhamos e o coração já aperta”, conta a moradora de Aurora.
Assim, o gesto de amor e solidariedade acabou dando a família Luckmann um novo integrante. Pilica, apesar de ansiar pela natureza, não deixa de ‘visitar’ os entes queridos em quem ela aprendeu a ter confiança.
Na primeira imagem, Pilica aparece na porta da casa para ‘visitar’ a família’. Na segunda, mais recente, ela “chama” pela família ao pousar em um vaso. – Vídeo: Arquivo Pessoal/Rubia Beschinock /ND