1º absorvente, de 1930, ainda está entre nós: catarinenses apostam em coletores menstruais 27525w

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Além da redução do impacto ambiental, coletores menstruais possuem durabilidade maior e mais conforto

Um absorvente descartável leva em média 400 anos para se decompor, tendo em sua composição 90% de plástico, de acordo com o Instituto Akatu. No Brasil, o item começou a ser vendido em 1930. Em contrapartida, o uso de coletores menstruais vem surgindo como alternativa com maior custo-benefício para as mulheres.

Elisa Lacerda Marchon tem 37 anos e começou a usar coletores há cinco. A líder de e em uma empresa de Florianópolis conta que se sente “infinitamente mais confortável” fazendo esta troca.

“Você não sente que está com o coletor, ele não deixa com cheiro, você só mexe nele duas vezes no dia, inclusive os sintomas do fluxo são minimizados no meu caso”, comenta.

Imagem ilustrativa de absorvente – Foto: Banco de Imagens/NDImagem ilustrativa de absorvente – Foto: Banco de Imagens/ND

Ela tomou a decisão de fazer esta troca após se informar sobre o tema, atitude que está cada vez mais frequente na nova geração de mulheres. Além do conforto, a produção menor de lixo também foi um dos fatores que a turismóloga de formação pesou na hora da sua escolha.

Em Florianópolis, segundo dados da Superintendência de Gestão de Resíduos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 22% dos resíduos sólidos domiciliares são rejeitos como lixo sanitário e outros materiais que não podem ser reciclados, isto inclui os absorventes. O número é uma fração considerável, quase um quinto de todo rejeito que vai para aterro sanitário.

Uma mulher em vida fértil usa em média 8 absorventes por mês, dependendo do seu fluxo menstrual e condições pessoais. São 96 absorventes por ano. É possível chegar a usar 16 mil absorventes descartáveis ao longo da vida, o que equivale a cerca de R$ 10 mil.

O coletor tem o valor médio entre R$ 70 e R$ 150, e é comum kits contendo dois coletores. O preço pode parecer alto, porém o produto dura de 5 a 10 anos, e ao longo do tempo sai muito mais em conta que absorventes descartáveis comuns.

Uso de coletores menstruais como alternativa – Foto: Unsplash/Banco de Imagens/NDUso de coletores menstruais como alternativa – Foto: Unsplash/Banco de Imagens/ND

Maior observação do fluxo 4o6r4h

Halana Faria é médica ginecologista e explica que o uso de coletores pode melhorar a relação da mulher com seu fluxo menstrual. “O coletor menstrual permite uma melhor observação do fluxo. A qualidade do fluxo, a quantidade do fluxo. Melhora, ou pode melhorar a relação com o seu fluxo menstrual”, comenta Halana.

Para Mariela Zaros, médica de família e comunidade, o coletor pode trazer menos chances de infecções, quando trocado segundo suas recomendações de uso.

“Como o coletor menstrual é feito de silicone tem menos capacidade de formação de colônias/infecções. Claro, lembrando sempre de trocá-lo. Ele pode ficar por até 12h, dependendo do fluxo”, comentou.

Sobre o uso, a médica indicou que “O coletor não é recomendado no pós-parto, não é indicado se a mulher sentir algum tipo de dor. Se ela tiver alguma infecção como candidíase não é legal também fazer este uso”, conclui.

Um absorvente descartável leva 400 anos para se decompor. – Foto: antoine-giret-7_TSzqJms4w-unsplashUm absorvente descartável leva 400 anos para se decompor. – Foto: antoine-giret-7_TSzqJms4w-unsplash

Pequenas mudanças, grandes benefícios 2h5w27

Beatriz Kowalski, superintendente da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), fala que as mulheres podem ser agentes de mudança e sobre a importância da manutenção de um meio ambiente mais equilibrado.

“Todos nós somos agentes de mudança. Se queremos um meio ambiente equilibrado, precisamos abrir mãos de alguns padrões, alguns confortos”, comenta Beatriz.

Os métodos não são 100% íveis para toda população feminina, se considerarmos a grande diferença social no Brasil e no mundo. Porém, métodos absorventes sustentáveis já são a opção para mulheres que podem fazer esta escolha. Repensar meios de consumo e equilíbrio ambiental são tarefas cada dia mais complementares e que determinarão o futuro não só das gerações vindouras, como também da atual.