Foram nove dias e mais de 200 quilômetros de caminhada de Lages a Florianópolis. No grupo, gente da Capital, Santo Amaro da Imperatriz, Curitiba (PR), São Paulo (SP) e até de fora: Estados Unidos, Itália e Dinamarca. Ao todo, 35 pessoas encararam a empreitada.

O mais novo com 43 anos, o mais velho com 83. O trajeto foi idealizado pelo empresário Guido Becker. Filho de um tropeiro que realizava o trajeto nos anos 1940 trazendo produtos da Serra para Florianópolis, Becker resolveu recriar o trajeto em 2016 e assim nasceu a Rota dos Tropeiros. Uma aventura, onde é preciso força, perseverança, foco e pé no chão.
Por dia, o grupo faz cerca de 25 a 30 quilômetros. Depois da caminhada, o merecido descanso, normalmente em pousadas. Às 21h, todos na cama. A aposentada Tania Costa Gomes começou a peregrinar em 2004 e não parou mais. A Rota dos Tropeiros ela fez cinco vezes.
“Gosto mais da Serra, mas todo caminho é bonito. ar pelas plantações de araucárias, pinhões, estar com a natureza é maravilhoso”, descreve Tania. “Não é fácil, mas é possível. É cansaço, dor na perna, calo, mas temos um carro de apoio levando mantimentos e tornando o caminho mais ameno”, completa.
Também aposentada, Beatriz Maria Silveira, 66, é de Santo Amaro da Imperatriz e fez o caminho pela primeira vez. “Vida saudável, movimentar o corpo, a mente e a alma. Surgem pedras no caminho, mas a gente sabe tirá-las”, brinca.

A assistente social Silvia Maria Della Rocca Mascarenhas, 66, também de Santo Amaro, fez o percurso pela terceira vez. “Na primeira, tive muitas bolhas, mas a gente pega a prática. Peregrino não pode tomar banho de manhã, por exemplo. Tem que tomar à noite, hidratar o pé e, de manhã, ar uma parafina, colocar meia e sair caminhando”, explica.
Para ela o mais especial foi fazer amizades. “Cada caminhada é um novo amigo. Essa foi uma das mais emocionantes. Um grupo sensacional, muito unido”, destaca.