
A Prefeitura de Florianópolis investe em uma abordagem criativa e pedagógica para aprimorar o gerenciamento de resíduos na cidade. Por meio do programa Escola Lixo Zero, realizado em parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e a Secretaria de Educação, o município capacita profissionais de educação da Capital para que as unidades de ensino atuem como agentes de mudança sustentável.
O programa inovador adota uma abordagem holística para abordar a questão do lixo na cidade. Desde julho, quando começaram a ser realizadas capacitações com diretores, nutricionistas, profissionais de limpeza e cozinha, são promovidos 38 encontros de oito horas cada, focados na elaboração dos PGRS (Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos), sua implementação e operacionalização. Neste mês de agosto, foram promovidas as oficinas para os professores. Ao final do processo terão sido realizados 38 encontros de oito horas cadas.
“A capacitação busca garantir que toda a comunidade escolar esteja envolvida nessa construção. A ação está pautada na hierarquia dos resíduos, que a por não gerar, reduzir, reaproveitar, reciclar, tratar e dispor adequadamente os materiais. Queremos levar para dentro das unidades escolares uma atitude mais positiva e sustentável”, explica o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Fábio Braga.
Daiana Bastezini, gerente de planejamento da SMMADS (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), ressalta que Florianópolis tem envolvido intensamente as unidades escolares públicas municipais no objetivo de alcançar as metas do Programa Florianópolis Capital Lixo Zero, reconhecendo o potencial da educação no processo de desenvolvimento de cidadãos críticos transformadores e responsáveis com o meio ambiente.
“As ações que permeiam o Programa Escola Lixo Zero estão pautadas na hierarquização dos resíduos, conforme a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), e na mudança do modelo linear para uma economia regenerativa. Parte-se de condutas de não geração, redução e reaproveitamento, para posteriormente gerenciar os resíduos necessariamente gerados”, explica.
A intenção, segundo a engenheira sanitarista e ambiental da SMMADS, Karina da Silva de Souza, é possibilitar que, por meio da vivência da separação dos resíduos no ambiente escolar o aluno, que é um cidadão em formação, possa aprender a forma correta de gerenciar os resíduos, apropriando-se de forma natural das ações ecologicamente corretas envolvidas no processo. “Dessa forma, o estudante também pode se tornar um agente multiplicador na disseminação da correta gestão de resíduos sólidos, levando o conhecimento para seus familiares e contribuindo para uma cidade mais sustentável”.
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos das escolas devem ser concluídos até o final do ano letivo 566712

Karina explica que já foram executadas vistorias de diagnóstico situacional do gerenciamento de resíduos de todas as unidades escolares. “A primeira versão de PGRS foi apresentada pela consultoria contratada em junho, a qual foi revisada pelas equipes técnicas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Secretaria Municipal de Educação. Neste momento, a consultoria está concluindo os primeiros PGRS finalizados”, explica. A engenheira sanitarista e ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável diz que todos os documentos devem ser finalizados até o final do ano letivo.
São ainda estruturados termos de referência para aquisição da infraestrutura para gerenciamento de resíduos, de forma a permitir a implantação dos planos de gerenciamento de resíduos, além de kits para que as escolas possam trabalhar a vivência em horta escolar com os alunos (pazinha, rastelo, regador, dentre outros). Também serão entregues às unidades de ensino kits de compostagem em caixa d’água, de forma que toda escola possa dispor de condições de gerenciar de forma ambientalmente adequada seus resíduos, com experiência prática e educação ambiental.
Além disso, a prefeitura também disponibilizará lixeiras, contentores, balanças para monitoramento, sacos coloridos para os resíduos recicláveis secos e compostáveis para os orgânicos. As equipes responsáveis pela iniciativa estudam ainda formas de atender as escolas com todos os serviços de coleta seletiva, como de embalagens, de vidros (com PEV próximo ou caminhão porta a porta) e de orgânicos.
“Outro ponto debatido é a construção de um sistema de monitoramento, de forma a permitir a avaliação dos resultados obtidos por todo esse trabalho e o desempenho de cada escola frente às metas de desvio de resíduos do aterro sanitário, permitindo a avaliação contínua e os ajustes necessários em todo o processo. Com o monitoramento, podem ser verificadas as escolas com bons desempenhos e aquelas que necessitam reforço para implementação do PGRS”, afirma Karina da Silva de Souza.
Aumento da reciclagem a cada ano 254k68
Com a implantação do PGRS, cada escola terá metas de desvio dos resíduos do aterro sanitário sendo cumpridas, de acordo com o PMGIRS (Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos) de Florianópolis. A cada ano as metas de desvio aumentam, de forma a restringir cada vez mais o que é enviado ao aterro e a valorizar a compostagem dos orgânicos e o retorno das embalagens ao ciclo produtivo.
As escolas terão que seguir os novos procedimentos de gerenciamento de resíduos, envolvendo toda a comunidade escolar na segregação na fonte e na disposição dos resíduos para as respectivas coletas públicas.
De acordo com Karina, com a implantação da escola lixo zero, será criada na Capital uma identidade visual do projeto, para padronizar as lixeiras para as diferentes frações, permitindo a identificação por diferentes públicos, desde a criança do Neim (Núcleo de Educação) aos alunos com deficiência (esta com identificação pelas cores, desenhos e linguagem de sinais). “Desta forma, o aluno que hoje está no Neim e amanhã estará numa escola não terá dificuldades de entendimento, pois a linguagem será única para toda a rede”, esclarece a engenheira.
Em março deste ano, a prefeitura realizou a implantação das primeiras composteiras integrantes do Escola Lixo Zero em 35 unidades de ensino da rede pública, no sistema de caixa d’água. Os kits têm capacidade para tratamento de 300 quilos de resíduos por mês e utilizam um método de compostagem desenvolvido em Florianópolis, de leiras termofílicas, conhecido como método UFSC (Universidade Federal de SC).
Conforme determina a Lei Municipal nº 10.199, de 27 de março de 2017, a Prefeitura Municipal de Florianópolis informa que a produção deste conteúdo não teve custo, e sua veiculação custou R$2.000,00 reais neste portal