A população indígena de José Boiteux, da comunidade Xokleng, reclama da falta de condições básicas de saúde resultado, segundo eles, da má gestão do atual coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).
Na manhã desta sexta-feira (25), das 9 às 11h, eles ocuparam a rua da sede do DSEI para protestar por melhores condições.

Com faixas e cartazes os indígenas pediram a saída do gestor que está há quatro anos no cargo. Segundo a artesã, Loreni Priprá, que também faz parte da Associação de Mulheres da comunidade, faltam medicamentos e atendimento médico de qualidade. Ela adverte que até os carros de saúde seguem parados por falta de manutenção.
“A nossa população indígena se revoltou por que não temos condições mínimas de saúde. Nossos postos estão precisando de reforma e ele nem sequer fala sobre isso. Queremos ele fora e um coordenador que atue pela nossa comunidade”, ressalta a indígena.
Um médico para 3 mil indígenas
O presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas afirma que toda a região sul e Rio Grande do Sul, que são geridos por este coordenador, pararam hoje para protestar pelo mesmo motivo. Segundo ele, em José Boiteux, apesar de o DSEI ter a obrigação de contratar dois médicos de 40 horas para atender a demanda, atualmente a comunidade, que conta com três mil indígenas, tem apenas um profissional.
“O povo está doente por falta de médicos! Vem recurso destinado à nossa saúde e mesmo assim não temos médico, não temos carro bom, acompanhamento e nem combustível para levar pacientes aos hospitais de referência”, lamenta o presidente.
Procurados para comentar o assunto, a Secretaria Especial de Saúde Indígena ainda não deu retorno ao portal ND+. O coordenador também foi procurado, mas não quis se manifestar.
Um vídeo mostrando a precariedade da estrutura do polo de saúde foi divulgado para reforçar as reivindicações – Vídeo: Reprodução/Comunidade Xokleng/ND