Em pesquisa inédita do IBGE, pelo menos 1,9% da população, que corresponde a 2,9 milhões de brasileiros, se declaram homossexuais ou bissexuais. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (25), pelo Instituto.

Os resultados fazem parte da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), que aborda a orientação sexual. No questionário, de 2019, foi feita a pergunta: “qual é a sua orientação sexual?”, e oferecidas seis opções de respostas: heterossexual, homossexual, bissexual, outra orientação sexual, não sabe e recusou-se a responder.
A pesquisa mostra que o maior número de homossexuais ou bissexuais está entre jovens de 18 a 29 anos, e o número chega a 4,8% dos pesquisados. Os porcentuais são menores conforme as faixas de idade aumentam, chegando a apenas 0,2% entre as pessoas com 60 anos ou mais.
Confira o gráfico: 391q5l

De um total de 1,1 milhão de pessoas que se declararam bissexuais, a maioria era formada por mulheres, somando 65,6%.
Por outro lado, entre os 1,8 milhão de homossexuais, os homens eram maioria, 56,9%.
A maior parte das pessoas que se declararam homossexuais ou bissexuais, tem ensino superior completo, cerca de 3,2%, e renda de mais de cinco salários mínimos, 3,5%.
O porcentual de pessoas que não quiseram ou não souberam informar sua orientação sexual também foi mais elevado na população de 18 a 29 anos, chegando a 5,3%. Nas demais faixas etárias, se manteve entre 2,5% (60 anos ou mais) e 3,0% (40 a 59 anos).
Confira o gráfico: 391q5l

“O número de pessoas que não quiseram responder pode estar relacionado ao receio do entrevistado de se autoidentificar como homossexual ou bissexual e informar para outra pessoa sua orientação sexual”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.
A PNS captou a orientação sexual de forma similar à utilizada em grandes pesquisas domiciliares que realizam esse tipo de investigação pelo mundo.
No Sudeste, 2,1% das pessoas adultas se declaram homossexuais e bissexuais, 1,9% no Norte e no Sul, 1,7% no Centro-Oeste, e 1,5% no Nordeste.
“O fato de uma pessoa se autoidentificar como heterossexual, não impede que ela tenha atração ou relação sexual com alguém do mesmo sexo. Para a captação dessas diferentes formas de avaliar a orientação sexual, seria necessária a investigação do comportamento e da atração sexual, conceitos diferentes da autoidentificação, que não foram investigados na PNS”, explica Maria Lucia.
Com informações do Estadão e IBGE*