A praia da Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis, foi descoberta por surfistas na década de 70 e desde então o local virou febre entre os amantes do surfe.

Se na época o o era difícil, hoje a vila de pescadores recebe turistas de todo o Brasil e também de países vizinhos para apreciar não só o visual paradisíaco, mas também as belas ondas cobiçadas por muitos.
Os nativos da Guarda sempre perceberam a riqueza que tinham nas mãos e em conjunto criaram formas de preservar as belezas naturais que cercam o lugar.
Com o tempo, outras pessoas chegaram para agregar nos cuidados com a natureza e manter o respeito pelo surfe e pela pesca. Foi essa união e amor pela Guarda do Embaú um dos motivos para a praia ganhar em 2016 o título de Reserva Mundial do Surfe da Save The Waves Coalition (Coalizão Salve as Ondas) em parceria com a ISA (International Surfing Association).
O presidente do Comitê Gestor Local da Nona Reserva Mundial de Surfe e presidente fundador da Associação de Surfe e Preservação da Guarda do Embaú (ASPG), Marcos Aurélio Gungel, Kito, como prefere ser chamado, afirma que a conquista foi por conta das belezas naturais intocáveis, as ondas de excelência, a cultura do surfe e a tradição da pesca artesanal. “Essas foram as razões, mas na verdade, o título veio mesmo pela força de vontade da comunidade em se unir em prol de um único objetivo: preservar a nossa praia”.
Existem 10 Reservas Mundiais do Surfe espalhadas pelo mundo, e a Guarda do Embaú, até o momento, é a única do Brasil a receber o título.
Kito explica que esse certificado é uma forma a mais de preservação do espaço. Em todas as reservas é feito um planejamento estratégico voltado para as necessidades do lugar. Aqui em Palhoça o projeto é voltado para a pesquisa “surfonomics”, que estuda o valor econômico que as ondas e o turismo do surfe proporcionam para a economia local, a análise do Rio da Madre que desemboca no lado esquerdo da Guarda – qualidade da água influencia diretamente na formação das ondas e claro, no turismo – e, por último, o modelo ideal de esgotamento sanitário.
Esse não é o único projeto que as ASPG e os moradores estão se dedicando. No segundo semestre deste ano será implantado o projeto “Selo Verde”, que visa uma parceria com a Associação Pró-CREP (Criar, Reciclar, Educar e Preservar), da Pinheira, para incentivar o comércio local a separar os resíduos para a reciclagem.
Além desse projeto, a ASPG vai lançar nesta semana uma Campanha Solidária chamada “Entre nessa Onda”, que tem por objetivo arrecadar alimentos e produtos de higiene para famílias carentes da região. O ponto de coleta será no centrinho da Guarda.