Em 2023, celebram-se 275 anos da chegada dos primeiros açorianos a Santa Catarina. Na Europa, as celebrações já começaram com um encontro inédito de lideranças. O objetivo é estreitar os laços entre as ilhas dos Açores e a ilha catarinense.

A bandeira de Santa Catarina se destaca em meio a lembranças de viagens que decoram o restaurante do velejador Genuíno Madruga. Foi um presente recebido em solo catarinense, durante uma das duas viagens de volta ao mundo feitas por ele. O único português até hoje a realizar o feito.
“Essa viagem, de certa medida, também foi uma homenagem aos meus anteados. Os meus anteados chegaram ao Sul do Brasil e, portanto, cá está a bandeira do estado de Santa Catarina. Como alguém já disse, é a décima ilha dos Açores”, contou o velejador.
Percorrer as freguesias dos Açores é sentir a intensidade de uma história que resistiu do lado de cá, e se perpetuou do outro lado do Atlântico. Arquitetura, religiosidade e pesca são heranças que se encontram nas nove ilhas do Atlântico. Das quais, pelo menos cinco, foram o ponto de partida dos primeiros povoadores catarinenses.
Segundo o diretor regional das Comunidades no governo dos Açores, José Andrade, “ainda hoje, tanto tempo depois, conseguimos encontrar com longevidade, mas com intensidade, todas essas marcas identitárias da cultura popular açoriana que ficaram felizmente cruzadas com a própria cultura de base açoriana do estado de Santa Catarina. Vamos encontrar a influência açoriana na cultura em geral, na arquitetura em particular, no folclore, na gastronomia. Tudo isso nos faz lembrar os Açores do outro lado do Atlântico”.
Espalhados por todas as regiões do estado catarinense, hoje, estão mais de 1,5 milhão de descendentes dessas terras distantes, mas cujos laços, desafiam o além-mar.
São 8 mil km de oceano que separam e 273 anos de histórias que unem o Arquipélago dos Açores à Santa Catarina. Uma trajetória marcada pelo desbravamento, pelo trabalho e pela cultura e que ainda tem muito a oferecer. Quando se pisa em solo açoriano, compreende-se mais do que a origem de um povo, mas a origem de uma identidade, de um jeito de ser que o catarinense vai conhecer ainda melhor.
Na sede da Direção Geral das Comunidades, na cidade da Horta, Ilha do Faial, aconteceu um encontro inédito. Pela primeira vez, o presidente da Região Autônoma dos Açores recebe uma liderança empresarial catarinense. O presidente do Grupo ND de Comunicação, Marcello Petrelli, em agenda com o presidente José Bolieiro, tratou dos planos para estreitar os laços entre as ilhas e Santa Catarina.

“Iremos fazer um trabalho enorme durante um ano para poder aproximar as pessoas dos Açores e elas vão querer visitar muito Açores. Quem sabe para aqui também se mudar, para poder empreender, uma vez que eles dão essa abertura e essa oportunidade. Eles precisam trazer jovens, familiares e a língua é completamente identificável. Então, nós estamos bastante felizes e comprometidos em realizarmos um grande projeto, jamais feito no Brasil”, disse o presidente executivo do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli.
Em pauta, um marco da colonização. O projeto entregue ao Chefe de Estado, convida os Açores a fazerem parte de uma comemoração emblemática. Em 2023, celebram-se 275 da chegada dos primeiros açorianos a Santa Catarina. E nesse encontro, deu-se o primeiro o de um novo momento de aproximação entre os dois lados da história.
“Essa proximidade afetuosa permite-nos agora também com conhecimento estratégico das oportunidades desse relacionamento e desse intercâmbio projetar um futuro com mais visitas e com mais circulação. E também a oportunidade que queremos dar e transmitir com confiança de poder investir nos Açores”, explicou o presidente do Governo Regional dos Açores, José Bolieiro.
Confira mais informações na reportagem do Balanço Geral Florianópolis.