Um ano após enxurrada, mulher que perdeu a família na tragédia em Rodeio fala sobre recomeço 51391n

Talissa Oliveira perdeu duas filhas e o marido na grande enxurrada que destruiu a cidade em janeiro de 2023 6x6wx

A noite do dia 17 de janeiro de 2023 ficou marcada na história de Rodeio, cidade do Vale do Itajaí, quando uma enxurrada destruiu casas e causou a morte de cinco pessoas. Agora, cerca de um ano após a tragédia, os moradores falam sobre o recomeço mais difícil pelo qual já aram.

Um ano após enxurrada, mulher que perdeu a família na tragédia em Rodeio fala sobre recomeço – Foto: Cláudia Pletsch NDVTUm ano após enxurrada, mulher que perdeu a família na tragédia em Rodeio fala sobre recomeço – Foto: Cláudia Pletsch NDVT

Talissa Oliveira estava no trabalho quando a casa onde sua família estava foi levada pela enxurrada, na localidade conhecida como Morro do Pico. Ela perdeu duas filhas, de 1 e 4 anos, e seu esposo, Geovane Tabaldi de Oliveira, de 30 anos.

Em entrevista para a NDTV, a mulher recorda que, ao chegar no local onde antes estava seu lar, sua família já estava desaparecida, sendo os corpos encontrados dias depois.

Pouco mais de um ano da tragédia, Talissa diz ainda sentir medo da chuva e que faz acompanhamento psicológico para lidar com o trauma. Apesar da dor do luto, ela guarda na memória os belos momentos que viveu com as filhas e com o marido.

“Eu ainda estou um pouco abalada, sinto medo de tempestade, me da crise de ansiedade quando chove. Não consigo nem falar com a minha irmã que ela chora, meu pai está tentando superar e os meus filhos sentem bastante a falta das irmãs”, contou.

Pai e filhas morreram soterrados em Rodeio – Foto: Reprodução/NDPai e filhas morreram soterrados em Rodeio – Foto: Reprodução/ND

A mulher só conseguiu voltar ao cemitério onde a família está um ano após o velório. “Foi difícil pra mim, eu chorei bastante, coloquei toda a emoção que eu tinha guardado por um ano lá, com eles”, disse Talissa.

No local onde antes estava o lar da família, há uma pequena gruta em homenagem aos que se foram. – Foto: Cláudia Pletsch NDVTNo local onde antes estava o lar da família, há uma pequena gruta em homenagem aos que se foram. – Foto: Cláudia Pletsch NDVT

Moradora perdeu a casa em que vivia há 25 anos 3h3s53

Naquela triste noite de janeiro, mais de 100 pessoas ficaram desabrigadas, 640 desalojadas, 30 casas foram destruídas e 3.500 residências afetadas diretamente. Cerca de 180 ruas ficaram alagadas, sendo registrados mais de 170 mm de chuva em apenas 12h.

Moradora da localidade do Morro do Pico, Ivani Rinco Tassi perdeu a casa em que vivia com a família há 25 anos. Naquele dia, seu marido iria sair para jogar bola, mas ao ver a chuva, acabou ficando.

Ivani Rinco Tassi perdeu a casa em que vivia com a família há 25 anos - Cláudia Pletsch NDVT
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Ivani Rinco Tassi perdeu a casa em que vivia com a família há 25 anos - Cláudia Pletsch NDVT
Ivani Rinco Tassi perdeu a casa em que vivia com a família há 25 anos - Cláudia Pletsch NDVT
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Ivani Rinco Tassi perdeu a casa em que vivia com a família há 25 anos - Cláudia Pletsch NDVT

O homem subiu para a área de festa, localizada em um ponto acima da residência, foi quando viu a situação preocupante e gritou para a esposa e filho subirem o mais rápido possível.

“Era muita água, não tinha o a mais nada. Eu quase não consegui subir e aí gente ficou lá das 19h30 até às 5h da manhã. Lá a gente viu de tudo e escutou muita coisa. ei muito medo, eu só rezava”, contou Ivani.

Após a tragédia, algumas famílias reconstruíram suas casas na localidade, em áreas que não são consideradas de risco.

Munícipio nunca havia vivido uma enxurrada como a registrada em janeiro de 2023 241x54

O representante da Defesa Civil da cidade, Elton Scoz, relembrou que a cidade nunca havia ado por uma tragédia como a do ano ado. No bairro Glória, local sem registros anteriores de alagamento, a água ou de 1 metro de altura.

Elton ainda explicou que antes, o Morro do Pico não era considerado uma área de risco. Contudo, após a tragédia, estudos foram realizados e novas moradias não podem ser construídas nos locais afetados.

Rodeio registrou alagamentos e deslizamentos na noite de terça-feira (17) - Redes Sociais/Divulgação/ND
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Rodeio registrou alagamentos e deslizamentos na noite de terça-feira (17) - Redes Sociais/Divulgação/ND
Rodeio registrou alagamentos e deslizamentos na noite de terça-feira (17) - Redes Sociais/Divulgação/ND
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Rodeio registrou alagamentos e deslizamentos na noite de terça-feira (17) - Redes Sociais/Divulgação/ND
Luz do dia revela estragos da cheia, em Rodeio - Moisés Stuker/NDTV
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Luz do dia revela estragos da cheia, em Rodeio - Moisés Stuker/NDTV
Luz do dia revela estragos da cheia, em Rodeio - Moisés Stuker/NDTV
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Luz do dia revela estragos da cheia, em Rodeio - Moisés Stuker/NDTV

“A gente fez toda a análise depois do evento, contratou alguns órgãos, que até vieram da Defesa Civil do Estado, e também geólogos que vieram ao município e fizeram alguns estudos, onde as casas foram atingidas, e constataram que aquela área é de risco”, pontuou.

O prefeito da cidade, Valcir Ferrari, comenta que Rodeio se recupera do triste dia que ficou marcado em sua história. Algumas melhorias já foram feitas e outras seguem nos planos do município.

“Temos várias problemas ainda, mas agora começamos uma força-tarefa para fazer a recuperação do cascalhamento, principalmente, porque a água acabou levando todos os os à área do interior. No primeiro momento, a gente fez as obras reestruturastes, justamente essas que precisavam para dar ibilidade para as pessoas. Agora, a gente está reestabelecendo a normalidade com cascalhamento para dar melhor qualidade nas vias da nossa cidade”, explicou Ferrari.

Pouco mais de um ano se ou e os moradores ainda sentem as cicatrizes deixadas pela tragédia que vitimou cinco pessoas. A os curtos, os afetados pela enxurrada se reerguem e enfrentam um recomeço doloroso, mas importante.

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