Após diversos registros de tempestades solares, a comunidade cientifica está correndo para entender os processos que acontecem no Sol e na Terra, para nos ajudar a nos preparar para a próxima tempestade solar extrema.

O professor Maarten Blaauw, da Universidade Queen de Belfast, situada na Irlanda do Norte, explica que estes estudos servem para melhorar a compreensão desses eventos extremos. Por isso, o objetivo também e investigar eventos anteriores de tempestades solares.
“Não é importante apenas para a datação precisa por radiocarbono, mas também para entender os processos que acontecem no Sol e em nosso próprio planeta. Também pode nos ajudar a nos preparar para a próxima tempestade solar extrema.”, explica.
Tempestade solar: especialistas estudam registro de radiocarbono em árvores 351r28
Nos próximos anos, o registro de radiocarbono pode muito bem revelar tempestades solares mais extremas. A comunidade científica está correndo para analisar árvores antigas de diferentes regiões do mundo com o objetivo de fortalecer as evidências existentes e descobrir novas tempestades solares extremas do ado.
Em setembro de 1859, enquanto Charles Darwin publicou “A Origem das Espécies”, uma série de falhas nos sistemas telegráficos da Europa e América do Norte chamou a atenção.
Essas falhas, algumas culminando em incêndios, foram causadas por uma intensa tempestade solar, mais tarde chamada de “Evento Carrington”. Este foi um dos maiores eventos solares já registrados, mas estudos recentes indicam que a Terra já foi atingida por tempestades ainda mais devastadoras.

O Evento Carrington e as tempestades solares extremas 75y6d
O Evento Carrington provocou auroras boreais e austrais impressionantes, mas o que realmente chamou a atenção foi o seu impacto tecnológico.
No entanto, análises recentes de carbono-14 (radiocarbono) em anéis de árvores revelaram que, em 774 d.C., a Terra foi atingida por uma tempestade solar muito mais intensa.
Essas tempestades ocorrem quando o Sol emite um fluxo de partículas carregadas, conhecido como ejeção de massa coronal, que atravessa a magnetosfera da Terra, provocando perturbações em nosso campo magnético.
Eventos como esses representam sérios riscos para a infraestrutura tecnológica atual, podendo destruir satélites e causar apagões em redes elétricas.
Como o radiocarbono revela tempestade solar 51721k
A datação por carbono-14 é uma técnica amplamente utilizada para determinar a idade de materiais orgânicos. No entanto, tempestades solares podem afetar a quantidade de radiocarbono absorvido por organismos vivos, como árvores, permitindo que cientistas identifiquem tempestades solares que não foram documentadas historicamente.
Pesquisas da última década, lideradas por cientistas como Fusa Miyake, descobriram que tempestades solares extremas, como a de 774 d.C., causam mudanças abruptas nas concentrações de radiocarbono nos anéis das árvores.
Outros eventos similares foram identificados em 993 d.C., 660 a.C., e até 14.370 anos atrás.

Riscos reais para a tecnologia moderna 2k665f
O maior perigo de uma tempestade solar extrema atualmente é seu potencial de destruir satélites em órbitas médias e altas, além de derrubar redes de comunicação e energia elétrica globalmente.
Estudos do radiocarbono mostram que essas tempestades já ocorreram no ado, e a ciência moderna está cada vez mais próxima de entender esses fenômenos.
À medida que mais eventos solares extremos forem identificados nos registros de radiocarbono, nossa compreensão sobre o comportamento do Sol aumentará. Isso permitirá que nos preparemos melhor para o próximo grande evento solar, que inevitavelmente ocorrerá.