Um pedaço da história de Itajaí foi demolido na última semana. O famoso casarão Wippel, no bairro Itaipava, foi ao chão. Moradores compartilharam na internet e lamentaram o ato. “É uma pena a família que ficou não restaurar. Mas tudo na vida tem um ciclo”, conta Simone Wippel, neta de Ephigenia Wanzuita Wippel, conhecida como Dona Cucha, e Edmundo Wippel.

Foram eles que construíram a casa, segundo Simone, na década de 1930. ada de geração em geração, após a morte do casal, o local chegou a ser colocado à venda por valores milionários.
Simone relembra a convivência com a avó, naquela casinha amarela. “A vó Cucha era muito conhecida por todos, então ela recebia muitas visitas, eu sempre com ela”, conta. A pequena Simone ajudava a mãe a cuidar da avó, num revezamento com os tios.
Enquanto morou lá, Simone lembra de ajudar a avó a fazer as tradicionais roscas para o café, o macarrão caseiro para o almoço e jantar, e as tarefas da casa, como encerar o chão de madeira. “Era um brilho dava de se espelhar”.
“É uma pena a família que ficou não restaurar. Mas tudo na vida tem um ciclo. E tudo chega ao fim. Provavelmente, vai começar outro ciclo ali. E só restaram lembranças ótimas de festas, que a família juntava todo mundo. Era muito bom”, recorda Simone.
Pedaço da história itajaiense 2b6b3d
Segundo a secretária do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Itajaí, Evelise Moraes Ribas, a responsabilidade de conservar os casarões históricos, tombados ou não, é dos proprietários. Os prédios tombados que pertencem à istração pública, as ações de conservação e restauro são planejados pelo setor responsável.
Atualmente, dois prédios históricos tombados da prefeitura de Itajaí am por obras de restauro: a Fábrica Renaux, atual Biblioteca Municipal, e a Estação Ferroviária Eugênio Vereza (Museu Etno-arqueológico). Outra edificação está em processo licitatório para obras de restauro, a Casa Burghardt.
Itajaí possui, atualmente, 20 prédios históricos tombados como patrimônio. O Mercado Público, o Herbário Barbosa Rodrigues, a Casa da Cultura Dide Brandão, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e diversas casas de famílias são estão entre as edificações tombadas.
“Identificar bens imóveis íveis de processos de preservação pelo tombamento é uma tarefa complexa que deve envolver diversos atores sociais e ampla discussão, aferindo o interesse histórico e a representatividade da edificação como local de memória para a comunidade em que está inserida”, finaliza Evelise, que também é doutoranda em Patrimônio Histórico e Sociedade pela Univille e diretora istrativa e financeira da Superintendência das Fundações de Itajaí.