O relógio marcava quase 2h quando a Grêmio Recreativo e Escola de Samba Consulado entrou na arela Nego Quirido. Apesar da predominância do vermelho e branco, cores da escola, a Consulado apresentou um desfile muito colorido ao longo de suas alas.

“Nossa escola entregou tudo que tinha para entregar”. Foi mais ou menos dessa maneira que a agremiação terminou seu desfile de cerca de uma hora, a partir de 1,5 mil componentes distribuídos em 18 alas e balizado em três alegorias.
Apesar do vento que soprava puxando a temperatura para baixo, a Consulado estremeceu a arela que vibrou com a escola que já levantou oito títulos sendo o último em 2016.
Comandada pelo presidente Alexandre Martins Ferreira (Casinha), a escola esbanjou simpatia e carisma a partir de um desfile, como devidamente descrito por uma integrante da diretoria, de entrega total.
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Assinado pelo autor Raphael Soares o enredo é nominado e inspirado na música composta por Carlinhos Brown e gravada por Marisa Monte em 1996. Segundo Brown, a música foi composta em homenagem à sua filha Nina, assim que veio ao mundo.

A partir desse conceito o desfile da Consulado trouxe a ligação das crianças com as religiões de matriz africana, em uma espécie de criação de um novo conto do “era uma vez”, quando um reino sai da imaginação de uma criança com vivência na religião, misturando realidade com ilusão a partir da água como ligação de toda a história.
“A lua clareia a praia/ela é prateada/E vê como clareia a beira-mar/eu vi as crianças sentadas/no banco de areia ô/eram os sete filhos de Iemanjá”, entoavam, a cada vez, os integrantes.
Sem maiores intercorrências a escola completou seu desfile dentro do tempo determinado. Sem gritar “É, campeão!” desde 2016, a Consulado agora aguarda a apuração, agendada para segunda-feira, para quebrar a marca e poder refletir toda alegria e entrega do desfile.