CONTEÚDO ESPECIAL, BRANDED STUDIO ND, Florianópolis - 18 de julho de 2024

Linguiça Blumenau: o sabor autêntico de Santa Catarina, com selo de Indicação Geográfica 4f47o

Embutido artesanal, que preserva a tradição e a história dos imigrantes alemães, só pode ser fabricado com o nome de linguiça Blumenau por 16 municípios catarinenses 24676g

Linguiça BlumenauProduzida artesanalmente em 16 municípios catarinenses, a linguiça Blumenau destaca-se pelo uso de carnes nobres e a defumação com carvão, serragem e lenha, garantindo um sabor autêntico e inigualável – Foto: FIESC/Divulgação

Você sabe como foi criada a receita da linguiça Blumenau? O alimento agora é um ativo territorial exclusivo e oficial do Vale do Itajaí, sendo o oitavo selo de indicação geográfica de Santa Catarina, patrimônio da cultura e culinária germânica do estado há 130 anos.

Desde o reconhecimento do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, INPI, a iguaria só pode ser produzida em 16 municípios que um dia já pertenceram a Blumenau. O produto é fruto da adaptação de um saber trazido pelos imigrantes e hoje entrega sabor, qualidade e segurança à mesa de vários consumidores catarinenses.

História e tradição 4n4v42

Se você gosta de embutidos e vive em Santa Catarina, provavelmente já se deliciou com esse produto autêntico e emblemático. Basta uma pequena porção para o sabor potente da carne de porco, com um toque defumado, explodir na boca. A verdade é que a linguiça Blumenau tem seus encantos; sua receita foi trazida por imigrantes alemães, mas ganhou adaptações ao longo do tempo.

Mas como surgiu essa variação de embutido e por que ele leva esse nome? Quem explica é a historiadora Roseli Zommer, gerente da memória histórica de Pomerode, no Alto Vale do Itajaí.

A linguiça Blumenau, originária da maior cidade do Vale do Itajaí, Blumenau, destaca-se como um símbolo cultural e culinário, protegida por um selo que garante sua autenticidade e qualidade – Foto: DivulgaçãoA linguiça Blumenau, originária da maior cidade do Vale do Itajaí, Blumenau, destaca-se como um símbolo cultural e culinário, protegida por um selo que garante sua autenticidade e qualidade – Foto: Divulgação

Segundo ela, as primeiras receitas surgiram com a chegada dos primeiros habitantes na região. Na época, para criar o suíno, levava-se um tempo e não tinha como conservar a carne, pois não havia geladeira. Porém, fazer um embutido era mais fácil de manter o alimento por mais tempo.

Como Blumenau era uma região muito grande, que resultou no desmembramento de 39 municípios, a historiadora explica que as pessoas avisavam os parentes de fora da cidade, que estavam indo visitá-los e levavam algo para contribuir com a alimentação daquela família, no caso, uma linguiça que vinha de Blumenau – já que era prática e fácil de carregar e, hoje, se transformou na famosa linguiça Blumenau.

Entre os objetos e registros que contam o início da colonização alemã em Santa Catarina, há relatos que falam com uma certa dose de entusiasmo sobre a fartura culinária dos primeiros habitantes da colônia Blumenau. Na cidade há indícios da imigração por toda parte, é memória viva em construções, documentos, descendentes.

Hoje, as indústrias, frigoríficos e produtores continuam por ali – mas tudo é feito de um jeito bem diferente. Para proteger a receita do ado, foi preciso adequá-la aos novos tempos, onde a legislação, as normas técnicas, a sanidade e o bem-estar do animal resultam em mais segurança ao consumidor.

Em Rio dos Cedros, 20 km de Pomerode, o suinocultor Heleno Braga, que trabalha com nutrição animal há mais de 20 anos, explica que há três pilares importantes para uma carne suína de qualidade: uma boa genética, nutrição de qualidade e um bom manejo – que inclui vacinação, ração com matéria-prima selecionada e o cuidado que começa na creche e segue até a terminação. Cada período de vida do animal exige uma nutrição específica.

Garantir a sanidade animal lá no produtor é de extrema importância, mas é no frigorífico que os cuidados são redobrados. Isso acontece porque o risco de contaminação aumenta após o animal ser abatido, e é necessário ficar de olho em todos os processos, inclusive na temperatura.

Como funciona a produção artesanal da linguiça Blumenau 6h556w

Sabia que existem normas técnicas para proteger o embutido? Só as empresas que cumprem ganham o selo e o direito de chamá-la de linguiça Blumenau. Porém, cada indústria tem a sua receita e cada estabelecimento a usa de acordo com a sua criatividade, resultando em geração de emprego, mais renda e, claro, uma gastronomia de alta qualidade.

Atualmente, nove empresas fazem parte da Associação de Indústrias Produtoras de Linguiça Blumenau e apenas uma delas possui o selo SISBI, concedido pelo Ministério da Agricultura, possibilitando o comércio para o restante do país.

O diferencial da linguiça Blumenau é o uso de carnes nobres e, segundo o empresário Luis Antônio Bergamo, para se chamar assim, ela precisa ter paleta suína, pernil suíno, toucinho e a norma ainda fala que é possível colocar lombo ou sobrepaleta. O alho também vai junto, no triturador, além do sal e condimentos.

Para acentuar o sabor, a massa fica curando por 24 horas antes de ser embutida. Cada indústria pode ter a sua receita desde que cumpridas outras regras, como a porcentagem máxima de 40% de gordura e o uso de tripa natural de porco ou de boi.

Depois de embutida, a linguiça fica em uma câmera descansando por mais 24 horas, depois, fica no defumador por mais 36 horas e, depois, está pronta para o consumidor.

A defumação artesanal, utilizando carvão, serragem e lenha, é uma norma obrigatória. Essa técnica é o que realmente define o sabor único do produto e explica seu formato de ferradura.

A importância do selo para os catarinenses 4j675k

De Pomerode a Blumenau. O território de produção da linguiça é limitado geograficamente, mas é na maior cidade do Vale do Itajaí que ela rompeu barreiras e ganhou fama no restante do país. São mais de três décadas de turistas vindo de todas as partes do mundo, para apreciar a nossa iguaria; por isso foi tão importante o reconhecimento e a conquista do selo para proteger a nossa história, a cadeia produtiva e o consumidor.

Um produto amado, que emprega, gera renda e oportunidades de negócios, motivo de orgulho de toda uma região e, em especial, de uma cidade. Apesar da receita ser produzida em 16 municípios do Vale do Itajaí, o nome da linguiça é Blumenau – uma referência ao nome da colônia na época e, para muitos, um batismo mais do que justo, pois foi na cidade em que a linguiça Blumenau foi apresentada e ganhou fama no restante do país.

A história mais recente conta que a batata recheada com o embutido foi o responsável pela popularidade dele. Na edição da Oktoberfest de 1986 a batata com linguiça blumenau fez sucesso entre os turistas do Brasil e do mundo.

Na época, foram consumidas quase 14 mil batatas. O prato era tão disputado que a polícia ajudava na formação de filas antes mesmo da abertura dos pavilhões. O número foi aumentando e hoje são vendidas quase 30 toneladas de batatas a cada edição.

João de Sousa Junior é presidente da Associação das Indústrias Produtoras de Linguiça Blumenau. Ele é uma das pessoas que encabeçaram a batalha pela conquista do selo de indicação geográfica, ao lado do Sebrae. Para ele, o selo é o reconhecimento que faltava para valorizar o território, manter a tradição e honrar a receita original desenvolvida na região.

Para ele, é o cliente quem mais vai ganhar com essa conquista, pois agora saberá que o produto que está na gôndola é uma linguiça Blumenau de fato, com carnes nobres, de qualidade, e um processo rigoroso de fabricação.

O selo acaba sendo uma conquista de todos; envolve história, tradição, e é fruto de um saber fazer trazido de longe, mas que ganhou forma, sabor e um valor – que agora é só nosso.

Para saber mais sobre a produção de linguiça Blumenau, aproveite e assista ao episódio completo do programa Agro, Saúde e Cooperação. O projeto é desenvolvido pelo Grupo ND, em parceria com a OcescAuroraSindArroz Santa CatarinaSicoob e Fecoagro.

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