O Masc (Museu de Arte de Santa Catarina), em Florianópolis, vai completar um ano fechado e sem qualquer programação ou atividade.
Uma das instituições de arte mais antigas do país, com um dos maiores acervos de obras de arte do Sul do Brasil, teve suas atividades ao público suspensas em 20 de dezembro de 2022, após vazamentos e infiltrações ocasionados pelas chuvas.
Museu de Arte de Santa Catarina fica anexo ao CIC e completa um ano fechado a espera de reparos no telhado – Foto: Divulgação/NDDesde então, aguarda por uma ampla reforma do telhado do CIC (Centro Integrado de Cultura) prometida desde o início do ano pela FCC (Fundação Catarinense de Cultura).
Estamos falando de um museu com 74 (ou 75) anos de atividade, que surgiu na esteira da mobilização que criou o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e que tem eu seu acervo obras raras de grandes expoentes das artes plásticas e visuais brasileiras e catarinenses, como Eli Heil, José Maria Dias Cruz, Volpi, Schwanke, Silvio Pléticos, Hassis, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari, Fernando Lindote, Djanira, Elke Hering, Martinho de Haro, Meyer Filho, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, entre outros.
O Masc ou 2023 “no limbo”, sem atividades, sem exposições e em uma completa incógnita. E não há perspectiva para a reabertura pelo menos a curto prazo.
Nesta quinta-feira (7), o blog procurou a FCC para saber a razão da demora nas obras de reparo e da reabertura do Masc.
Por meio da Assessoria de Comunicação, a Fundação informou que está no aguardo da ordem de serviço por parte da SIE (Secretaria de Estado da Infraestrutura) para o trabalho que contemplará todo o CIC.
Curiosamente, nesta quinta-feira ocorreu uma reunião entre a istração do Centro, Diretoria de istração e Finanças da FCC, representantes da empresa contratada para as obras, a FC Construções, e fiscais designados pela SIE para acompanhar os trabalhos.
A previsão é de que a partir de 3 de janeiro de 2024 os trabalhos sejam iniciados com prazo de seis meses para conclusão, desde que as condições climáticas assim o permitam, explica a nota da FCC.
Para as obras serão investidos R$ 1.074.608,74.
“Um cronograma detalhado da obra foi solicitado na reunião de hoje (07/12) pelos fiscais à empresa realizadora e, a princípio, a ideia é que ela seja iniciada pela parte istrativa da FCC (ala Norte, próximo à Rua Delminda Silveira).
Para garantir a segurança das instalações, a troca do telhado deve ser feita em módulos, com retirada e instalação no mesmo dia de um determinado trecho, e assim sucessivamente”, diz o comunicado.
Já a parte relativa ao Masc, continua a FCC, “não será a primeira a ter o reparo feito, pois optou-se por iniciar pela área de menor complexidade por questões de segurança. No entanto, o Museu também terá seu telhado reformado para findar definitivamente com os transtornos causados pelas intempéries”.
Em julho deste ano o fechamento do Masc foi tema de uma reportagem da NDTV.
Na ocasião, a FCC informou que havia o projeto de reforma dos telhados e que o prazo para a conclusão das obras e reabertura do museu era de oito meses. Cinco meses se aram e nada das obras e uma nova promessa, agora para janeiro.
Veja a reportagem:
Masc no limbo faz aniversário p6745
O Masc teve que encerrar suas atividades abruptamente quando as dependências do espaço foram tomadas por goteiras e infiltrações durante a ocorrência de fortes chuvas.
A presidente do Instituto Meyer Filho, Sandra Meyer, não esquece jamais a data: 20 de dezembro de 2022.
Na ocasião, o MASC recebia a exposição “Arquivos Implacáveis de Meyer Filho (1940-1991)” que celebrava o centenário do grande artista catarinense, pai de Sandra.
As obras, algumas afetadas pelas infiltrações, tiveram que ser retiradas às pressas. Não havia quaisquer condições de manter o museu aberto sob risco de comprometer obras da exposição, do acervo e a segurança do público.
O Masc foi fechado com a promessa, pela gestão ada da FCC, de iniciar os reparos urgentes.
Entrou 2023 e a morosidade tem sido implacável com o maior museu de arte do nosso Estado. Agora o constrangedor aniversário de um ano no limbo.
Desde então, Sandra Mayer tem sido uma das poucas vozes a se indignar e cobrar não só a reabertura do museu, mas pela retomada de uma programação que “mantenha acesa a chama do Masc”, como encontros de artistas, debates, enfim.
Nesta quinta, Sandra fez um apelo nas redes sociais cobrando uma solução. “O museu permanece fechado e sem programação. Notícias sobre reforma? Até quando? Meu pai faria dia 4 de dezembro 104 anos. Estaria indignado. Quem mais?”, protestou.
(com a colaboração do perfil Emenda.SC)
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