Esqueçamos o conceito amplo de Carnaval por um instante. Sob um pano (por vezes) preconceituoso, os festejos são eventualmente resumidos ao alcoolismo, a “pegação” e a promiscuidade.
O espetáculo realizado no Complexo Nego Quirido, entre a noite de sábado e a manhã de domingo (11), mostrou que há algo muito mais profundo e humano por trás da “curtição”.
Um produto cultural em sua essência que é feito de pessoas e para pessoas. Um manifesto que é capaz de arrepiar, emocionar e igualmente unir classes e credos.
Centenas que se dedicam durante um ano inteiro, de maneira silenciosa, em nome de apenas uma noite. Como uma metáfora da vida, as apresentações tiveram todo um ar de dramaticidade, principalmente no início da manhã, onde a Coloninha ou sob chuva num roteiro ideal, em um contexto de superação e vitória.
A vitória, em sua propriedade, não veio. A gigante do continente ficou em 3º lugar com apenas dois décimos atrás da campeã, União da Ilha da Magia.
O Carnaval de Florianópolis de 2024 mostrou que todo esse esforço valeu a penas e as imagens na arela simbolizaram isso.
Sorte de quem teve o privilégio de acompanhar o maior espetáculo da terra na versão manezinha.
Parabéns à bicampeã do Carnaval, União da Ilha da Magia. E que venha a edição de 2025.
