Para Salim Miguel, o jornalismo sempre foi parte da atividade literária 4yd1x

Escritor Salim Miguel, cujo centenário de nascimento é celebrado nesta semana, foi um dos grandes jornalistas do seu tempo. Sua carreira na imprensa é tema de um especial do podcast literário Posfácio

Lindas e justas homenagens à memória e obra do escritor libanês-catarinense Salim Miguel pelo centenário do seu nascimento (30 de janeiro).

Um dos maiores literatos catarinenses, que faleceu em 2015, será muito lembrado e festejado por uma extensa programação de que se estenderá até o segundo semestre. E isso incluirá a adaptação para o teatro do clássico romance “Nur na Escuridão”.

Da esq. para dir.: o cineasta Armando Carreirão mais os jornalistas e escritores Bento Silvério, Salim Miguel e Carlos Damião em bate-papo de redação, em 5 de maio de 1980, na Capital, – Foto: ACERVO CARLOS DAMIÃO/DIVULGAÇÃO/NDDa esq. para dir.: o cineasta Armando Carreirão mais os jornalistas e escritores Bento Silvério, Salim Miguel e Carlos Damião em bate-papo de redação, em 5 de maio de 1980, na Capital, – Foto: ACERVO CARLOS DAMIÃO/DIVULGAÇÃO/ND

Salim deixou mais de 30 obras lançadas. A minha preferida é “Primeiro de Abril: Narrativas da Cadeia”, escrita com base nas suas memórias dos quase 50 dias em que ficou preso assim que eclodiu o golpe militar no Brasil em 1964.

Salim foi preso no dia 2 de abril. Sua esposa, a escritora Eglê Malheiros, também. Ela foi liberada antes, mantida em prisão domiciliar, mas conseguiu fazer chegar até o marido na prisão um lápis e papeis para que ele pudesse escrever.

Foi no cárcere que ele tomou conhecimento do atentado à Livraria Anita Garibaldi, conhecida como “Livraria do Salim” (embora já não mais pertencente ao escritor), incendiada por uma turba de extrema direita.

Qualquer relação com as grandes queimas de livros durante o Nazismo na Alemanha não é exagero – pois coincidência é “dormir de calcanhares para trás”.

Dali surgiram acontecimentos e relatos que ele transformou nessa angustiante e viral ficção.

“Ficção” porque muito do que Salim Miguel escreveu em seus romances e livros tem ecos na apuração, na realidade.

A companheira de toda a vida, a escritora Eglê Malheiros, com Salim Miguel – Foto: Marco Santiago/Arquivo/NDA companheira de toda a vida, a escritora Eglê Malheiros, com Salim Miguel – Foto: Marco Santiago/Arquivo/ND

Para Salim Miguel, jornalismo era parte da atividade literária s4t2u

Para além de toda a sua contribuição na literatura, no cinema e na cultura (foi um dos criadores do Grupo Sul, que trouxe o modernismo para Santa Catarina na década de 1940), Salim também teve um grande papel no jornalismo. E disso ele sempre se orgulhou.

Nunca escondeu o orgulho do ofício de “jornalista”. Sua jornada na imprensa foi tão destacada quanto na literatura – aliás, para ele, jornalismo era uma atividade literária.

Foi redator e editor do jornal Diário da Manhã, em Florianópolis, e de tantos veículos catarinenses, como também atuou na grande imprensa nacional e nos mais destacados suplementos e revistas literárias.

Com o jornalista Joel Silveira (1918/2007), apelidado de “a víbora” por Assim Chateaubriand, viveu boas experiências reportagem no Rio de Janeiro. Entrevistou o poeta Carlos Drummond de Andrade e praticamente todos os grandes escritores da sua época.

É sobre a relação de Salim com o jornalismo foi o tema da homenagem do podcast dedicado à literatura catarinense Posfácio prestou ao centenário do nosso decano. O episódio especial é narrado pela jornalista e editora Stefani Ceolla e você pode conferir abaixo!

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