Você sabe quem foi e qual é o legado naturalista catarinense Fritz Müller? 352015

Exposição no Parque da Luz conta a história do cientista alemão naturalizado brasileiro, que deixou um legado para a humanidade com sua obra naturalística envolvendo a fauna marinha e a biodiversidade 692m3w

Foi um dos primeiros apoiadores explícitos da teoria de Darwin, controversa e revolucionária na ocasião, e que até hoje causa discussões acaloradas – Foto: Teresa Vieira/NDFoi um dos primeiros apoiadores explícitos da teoria de Darwin, controversa e revolucionária na ocasião, e que até hoje causa discussões acaloradas – Foto: Teresa Vieira/ND

Um apaixonado pela natureza, pela mata tropical e por Santa Catarina. Um entusiasta dos ideais de pensadores como Kant, Hegel, Engels e Marx, o cientista alemão Fritz Müller, insatisfeito com a monarquia do país na época, embarcou em 1852 para o Brasil, onde se estabeleceu em Blumenau, na colônia de Hermann Blumenau, com a esposa e a filha. Cientista e irador da História Natural, ou a observar os recursos e belezas da região.

Quatro anos depois, em 1856, ele se mudou para Nossa Senhora do Desterro para lecionar no Liceu Provincial — colégio fundado pela Assembleia da Província. Foi aqui, no território da capital catarinense, onde permaneceu por 11 anos, que ele realizou estudos reveladores sobre a fauna de invertebrados marinhos que lhe deram embasamento empírico da Teoria da Evolução por Seleção Natural do cientista britânico Charles Darwin, fornecendo evidências decisivas em favor desta Teoria, a partir de seu livro Für Darwin (Para Darwin), redigido em Desterro e publicado em 1864 na Alemanha.

Foi um dos primeiros apoiadores explícitos da teoria de Darwin, controversa e revolucionária na ocasião, e que até hoje causa discussões acaloradas. Quem quiser conhecer mais sobre a história de Müller e sua importante contribuição para a ciência e para Santa Catarina pode conferir, até o final de setembro, a exposição “De repente, extraordinária”, no Parque da Luz, no Centro de  Florianópolis. A mostra conta, em 22 painéis, a história de Fritz, sua relação com Darwin e as observações que realizou sob uma perspectiva evolutiva e ecológica da fauna e flora catarinenses.

Em paralelo à exposição, no mesmo período, Junto à sede do Parque da Luz, que fica no canto Norte, próxima à rua Felipe Schmidt, outras duas atrações são realizadas. Aos finais de semana, das 13h30 às 17h30, haverá visitação guiada no Jardim de Fritz Müller, dedicado à exibição de plantas que ele pesquisou, além da “En-tenda”, uma mostra de crustáceos e outros animais parte de suas pesquisas, incluindo organismos que ajudaram a fundamentar a Teoria da Seleção Natural.

Grupo Desterro Fritz Müller 200 anos 6y4y6k

“De repente, extraordinária!”  é um dos eventos organizado neste ano pelo grupo Desterro Fritz Müller 200 anos, formado por diversas instituições públicas e privadas, incluindo a Prefeitura de Florianópolis, que apoia o projeto por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

Além das duas exposições, Em março deste ano foi lançada a segunda edição do e-book “Fritz Müller 200 anos: legado que ultraa fronteiras.” – Foto: Teresa Vieira/NDAlém das duas exposições, Em março deste ano foi lançada a segunda edição do e-book “Fritz Müller 200 anos: legado que ultraa fronteiras.” – Foto: Teresa Vieira/ND

De acordo com o município, as escolas interessadas em visitar a exposição completa no Parque da Luz em dias úteis podem realizar agendamento por meio do Departamento de Educação Ambiental, pelo WhatsApp (48) 3338-0021.

“200 anos de Fritz Müller – Príncipe dos Observadores” no Masc c6b4

Além desta, foi promovida também durante o ano pelo grupo a mostra “200 anos de Fritz Müller – Príncipe dos Observadores”, que foi prorrogada e ficará exposta, até o dia 3 de setembro, no Masc ( Museu Histórico de Santa Catarina), localizado no Palácio Cruz e Sousa – Praça XV de Novembro, 227, Centro, Florianópolis – às segundas-feiras, das 13h às 17h, de terça a sexta, das 10h às 17h e, aos sábados, das 10h às 13h.

O artista convidado, Luiz Bernardes, apresenta painéis concebidos por ele constituídos por imagens e textos que revelam a história e o legado do naturalista, botânico e professor de matemática e ciências naturais. Luiz Bernardes apresenta, ainda, esculturas produzidas em materiais diversos, como aço inox, resina, madeira e bambu, com os quais procura recriar a flora e fauna constitutivas do universo de interesse do cientista teuto-brasileiro.

Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
1 4
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
2 4
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
3 4
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND
4 4
Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina - Teresa Vieira/ND

Outra artista convidada a integrar a exposição, Yara Guasche, traz a instalação “Entre vidros” em que atualiza e problematiza a pesquisa feita por Fritz Muller no território nacional. Tirando partido da estrutura do mobiliário das vitrines expositivas e do próprio museu Yara trata estes como objetos para usa instalação.

O artista convidado, Luiz Bernardes, apresenta painéis concebidos por ele constituídos por imagens e textos que revelam a história e o legado do naturalist – Foto: Teresa Vieira/NDO artista convidado, Luiz Bernardes, apresenta painéis concebidos por ele constituídos por imagens e textos que revelam a história e o legado do naturalist – Foto: Teresa Vieira/ND

Além dos trabalhos destes artistas convidados, a exposição conta também com objetos, vestuários, documentos, pinturas e publicações pertencentes a acervos particulares de Ylmar Corrêa, José Alfredo (Dé) Beirão e Roberto Schindler e acervos institucionais.

Além das duas exposições, Em março deste ano foi lançada a segunda edição do e-book “Fritz Müller 200 anos: legado que ultraa fronteiras.”

Mais sobre Fritz Müller 444r55

Johann Friedrich Theodor Müller (Fritz Müller) imigrou da Alemanha para Santa Catarina (Blumenau) em 1852, aos 30 anos de idade. Viveu entre Blumenau e Florianópolis, então conhecida como Nossa Senhora do Desterro, ou simplesmente Desterro, até sua morte em 1897, sem jamais ter retornado à Alemanha. Além de naturalista, Fritz Müller era também médico, embora não exercesse esta função, uma vez que sua real paixão sempre foi a História Natural, à qual permaneceu fiel por toda a vida.

Müller optou por naturalizar-se e aqui viver e produzir, sendo, portanto, um brasileiro, que merece ter sua vida e sua obra relembrados, merecendo fazer parte efetiva da história de nosso estado.

Fritz Müller era também conhecido entre os cientistas alemães como Müller-Desterro para distingui-lo de outros Müller cientistas da época visto que este sobrenome era muito comum na Alemanha.

Devido à notabilidade das informações contidas na obra “Für Darwin”, publicada por Fritz Müller, Darwin solicitou à Müller permissão para tradução do livro para o inglês, com os custos pagos do próprio Darwin. Ambos, ao seu tempo, foram cientistas inovadores na vanguarda das pesquisas e do conhecimento que alteraram o rumo da ciência mundial sobre a natureza.

Legado para o mundo 473i16

Fritz Müller deixa uma obra naturalística imensa, envolvendo a fauna marinha e a vasta biodiversidade da Mata Atlântica em Santa Catarina. Concebeu o mecanismo conhecido por Mimetismo Mülleriano, desenvolvido hoje no ensino médio e nos cursos de Biologia a nível internacional. Interessou-se em especial por invertebrados, como crustáceos, medusas e insetos, em especial insetos aquáticos e insetos sociais. Estudou interações Inseto-Planta e realizou inúmeras observações em plantas trepadeiras, orquídeas e bromélias.

Müller optou por naturalizar-se e aqui viver e produzir, sendo, portanto, um brasileiro – Foto: Teresa Vieira/NDMüller optou por naturalizar-se e aqui viver e produzir, sendo, portanto, um brasileiro – Foto: Teresa Vieira/ND

Tinha um grande talento para o desenho, através do qual representava suas observações realizadas a olho nu, ou por meio de um modesto microscópio de baixa resolução. Tudo isto, num ambiente ainda tão inóspito e pouco favorável ao desenvolvimento da ciência, em comparação às condições da culta e civilizada Alemanha.

Foi professor de ensino secundário por 11 anos no Liceu Provincial em Desterro (atual Colégio Catarinense), lecionando Matemática e Ciências Naturais, Física e Química e introduzindo pela primeira vez aulas práticas. Ocupou o cargo de Naturalista Viajante do Museu Nacional do Rio de Janeiro por 15 anos.

Deixou mais de 260 escritos científicos em diferentes línguas (inglês, alemão e português), projetando o nome do Brasil e de Santa Catarina para toda a Europa. Sua reconhecida grandeza reflete-se nos codinomes dados a ele por Charles Darwin que o tratava por “Príncipe dos Observadores” e pelo respeitado zoólogo alemão Ernst Haeckel, “pai” do termo Ecologia, que o chamava de “Herói da Ciência”.

+

Prefeitura de Florianópolis 652m15

Solidariedade que se multiplica: como a Fundação Somar conecta doadores e transforma realidades 4l704z

Relatório de 2024 aponta salto no número de voluntários, expansão da rede de parceiros e crescimento ...

Na Semana do Meio Ambiente, Florianópolis mobiliza a cidade por um futuro sustentável 3b706u

De 2 a 7 de junho, a Semana do Meio Ambiente promove ações práticas e educativas em diferentes regiõ ...

Quer aprender a fazer compostagem? Prefeitura de Florianópolis oferece curso e kit gratuitos 3k5f4a

Programa Minhoca na Cabeça abre 500 vagas para moradores da Capital com oficinas virtuais e distrib ...