O Brasil tem uma estimativa promissora para a colheita de café no próximo ano. Segundo a análise da consultoria Safras & Mercado, divulgada nesta quinta-feira (30), o país, que já ostenta o título de maior produtor e exportador global de café, poderá alcançar entre 69 milhões e 71 milhões de sacas de 60 kg em 2024. Esse cenário representa um crescimento expressivo de até 6,5% em comparação com a safra de 2023.

A produção de grãos de café arábica, responsável por grande parte da produção brasileira, foi estimada entre 46 milhões e 47 milhões de sacas, um aumento considerável em relação às 43,5 milhões de sacas registradas na safra anterior (2023/2024).
Para a variedade de café canéfora, também conhecida como robusta ou conilon, a previsão é de uma colheita entre 23 milhões e 24 milhões de sacas, superando levemente as 23,15 milhões de sacas de 2023/24.
O consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, destacou que esse otimismo é impulsionado pelas boas floradas e pelas chuvas ao longo da primavera, fatores que contribuem para o desenvolvimento saudável das lavouras.

No entanto, Barabach ressaltou que a confirmação desse potencial recorde em 2024 depende crucialmente das condições climáticas favoráveis nos próximos meses. “O primeiro ponto de dúvida é o efeito das altas temperaturas e baixa umidade em novembro sobre o desenvolvimento das lavouras”, explicou o consultor.
Ele acrescentou que os modelos meteorológicos indicam uma expectativa positiva, com previsão de bons volumes de chuva acumulada nas áreas de café do Brasil durante o mês de dezembro. Além disso, a umidade deve aumentar nos meses de janeiro e fevereiro, com a chegada do verão.
Apesar do cenário otimista, Barabach enfatizou a necessidade de cautela, destacando que “ainda tem muita coisa para ser definida”. A incerteza em relação às condições climáticas futuras pode impactar diretamente no resultado final da safra de 2024. No entanto, a perspectiva atual, marcada por floradas favoráveis e previsões climáticas positivas, alimenta a esperança de que o Brasil possa repetir o sucesso da safra recorde de 2020.
Quais os tipos grãos de café? 2k3o5i
Seja em uma cafeteria ou em casa, quem gosta de café sabe bem a diferença que o grão escolhido faz no sabor da bebida. Existem dois tipos de grãos que podem ser usados na produção: Arábica (Caffea arabica) e Robusta (Coffea caneaphora). Ambos têm variações, seja de aroma ou sabores especiais.

Tipo Arábica
A planta responsável por originar os grãos deste tipo tem suas raízes na Etiópia. A altitude do local de cultivo exerce uma influência significativa na qualidade, sendo que maiores altitudes geralmente resultam em melhor qualidade.
No Brasil, os grãos cultivados a 1200 metros de altitude destacam-se pela excelente qualidade. O café produzido a partir de grãos Arábica contém 50% menos cafeína, mas sua qualidade sensorial é notável, sendo especialmente adequado para a produção gourmet.
Tipo Robusta
A bebida produzido a partir deste tipo de grão possui uma concentração maior de cafeína, sendo indicado para aqueles que apreciam bebidas mais fortes e com um sabor mais amargo. Originária da África ocidental, a planta Coffea Ccnephora é cultivada em vários países, incluindo o Brasil.
Esta planta prospera em regiões de clima quente e úmido, a altitudes de até 600 metros. Os grãos resultantes apresentam maior resistência a pragas em comparação com a variedade Arábica, tornando o cultivo do Robusta mais fácil e econômico.
Um dos usos mais comuns para os grãos de Robusta é na produção de cafés instantâneos, conferindo à bebida maior corpo, sabor mais amargo e uma finalização prolongada. As bebidas preparadas com esses grãos exibem um sabor achocolatado e um teor de cafeína variando entre 2% e 4,5%.
Quais os benefícios do café? 691n45
Os benefícios do café têm sido objeto de estudo por parte de cientistas. Além de sua relevância econômica, a bebida conquistou ao longo dos anos um considerável número de adeptos que a incluíram em suas rotinas diárias.

Um artigo recente publicado no New England Journal of Medicine destaca as evidências sobre os diversos efeitos fisiológicos da cafeína no organismo. Com base nesse estudo, apresentamos cinco benefícios:
1- Perda de peso:
Componentes como cafeína, teobromina, ácido clorogênico e teofilina presentes no café atuam na ativação do sistema nervoso autônomo, resultando no aumento da produção de adrenalina pelas glândulas suprarrenais.
A adrenalina, por sua vez, impulsiona a quebra de células de gordura, liberando ácidos graxos livres, utilizados pelo corpo como fonte de energia. Estudos indicam que a bebida pode contribuir para a perda de peso ao estimular a gordura marrom, responsável por queimar calorias para gerar calor corporal.
2 – Previne o câncer:
Pesquisas revelam que o café pode auxiliar na prevenção de determinados tipos de câncer, incluindo os que afetam a mama, a próstata, os ovários e o cólon.
A presença significativa de antioxidantes como ácido clorogênico, cafeína, tocoferóis (vitamina E) e compostos fenólicos ajuda a proteger as células contra danos causados pelos radicais livres, reduzindo a inflamação, danos ao DNA e, consequentemente, a incidência de câncer.

3 – Ajuda a melhorar sintomas respiratórios:
Estudos da Universidade do Porto indicam que o consumo moderado de café está associado a uma redução de 30% na probabilidade média de desenvolver sintomas de asma em comparação com não consumidores.
A cafeína, com efeito broncodilatador, contribui para melhorar a respiração, reduzindo a fadiga dos músculos respiratórios e aprimorando a função pulmonar a curto e longo prazo.
4 – Ajuda na memória e foco:
Ação neuroprotetora do café também se reflete em benefícios para a saúde cerebral, incluindo uma melhora no foco e na memória.
Pesquisas publicadas no periódico Nature Neuroscience indicam que a cafeína pode aprimorar a memória de longo prazo em humanos, conforme demonstrado por testes que revelaram melhorias no desempenho 24 horas após o consumo da bebida.
5 – Reduz o risco de morte:
Estudos destacam que o consumo de café pode contribuir para uma vida mais saudável em indivíduos com diabetes, reduzindo o risco de morte prematura.
Pesquisas publicadas na revista científica BMJ e conduzidas por Peter Kistler indicam uma redução significativa, chegando a 25% e 27%, respectivamente, nas chances de morte prematura em adultos que consomem regularmente.