Com o mar sem peixe, pescadores de Florianópolis seguem à espera da tainha 2x5f5o

Safra deste ano tem começo tímido e quem vive da pesca se divide entre o otimismo e os pés no chão 1x5l2c

Safra da tainha em Florianópolis tem início abaixo do esperado em 2025 e pescadores aguardam peixes surgirem no mar - Foto: Germano Rorato/NDSafra da tainha em Florianópolis tem início abaixo do esperado em 2025 e pescadores aguardam peixes surgirem no mar – Foto: Germano Rorato/ND

Para quem se dedica à pesca da tainha em Florianópolis, os meses de maio e junho são os mais importantes do ano. Antes disso, preparam os barcos, as redes, os remos e tudo que propicia a captura do mais importante pescado a fim de manter as famílias e a tradição ada de geração para geração.

Neste ano, porém, os lanços estão muito mais tímidos e a expectativa é mista. Tem pescador acreditando que vai ser a pior safra dos últimos anos. Mas também tem quem acredite que, tão logo o tempo vire, o peixe vai aparecer.

Gilmar Manoel Pires, 46 anos, pesca desde pequeno, assim como o pai e os irmãos. Embora reconheça que esse ano está difícil, ele acredita que o peixe vem. “A gente precisa de disciplina. Acordar cedo, preparar a rede, mas vai desgastando, porque às 17h recolhe tudo, sem peixe e, no outro dia, repete. É difícil, tem gente que desanima, mas todo ano é isso. Tem que esperar, a tainha vem na hora certa”, afirma Pires.

Além de pescar, ele faz pequenos serviços para se manter financeiramente. Como ainda não avistaram peixe pulando nesta safra, as embarcações nem sequer foram para a água. Mesmo assim, Pires é otimista e acredita que o cenário logo muda.

Barcos estão prontos para a pesca da tainha em Florianópolis, mas peixes ainda não apareceram conforme esperado - Foto: Germano Rorato/NDBarcos estão prontos para a pesca da tainha em Florianópolis, mas peixes ainda não apareceram conforme esperado – Foto: Germano Rorato/ND

Rangel Amandio, 50 anos, também pesca desde criança, por influência do pai, João José Amandio, remeiro no rancho do seu Getúlio, um dos mais conhecidos do Campeche. “Pescador tem que estar na praia, porque em casa ninguém vê peixe. Tem que se envolver. Se são dois meses de pesca, tem que estar dois meses completamente envolvido”, salienta.

Ele e Gilmar ficam de plantão no rancho. Quando é o dia da prioridade deles – o Campeche tem quatro ranchos e dividem entre eles os dias de pesca – levanta às 5h e espera os sinais do olheiro, que tem a missão de avistar a tainha n’água.

Como o Campeche é uma praia de mar aberto, o peixe não dorme nos costões, como ocorre em outros locais. “Aqui ele só a, e se o mar está ruim, a gente perde. Se está bom, a gente consegue entrar. Tem que ver a correnteza, se a canoa vai conseguir ficar parada na beira, para esperar a boa hora. Envolve muitas coisas”, afirma.

Além de pescador, Amandio surfa e, por isso, entende que, na época da tainha em Florianópolis, é preciso deixar a prancha de lado e priorizar a atividade pesqueira.

Rangel e Gilmar ficam de plantão no rancho, no Campeche, à espera a oportunidade para pescar tainha em Florianópolis - Foto: Germano Rorato/NDRangel e Gilmar ficam de plantão no rancho, no Campeche, à espera a oportunidade para pescar tainha em Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND

Quantidade irrisória na safra da tainha em Florianópolis neste ano 705n53

Manezinho, pescador desde menino, Rodrigo Farias começou a pescar no Campeche em 2007, “na canoa do seu Aparício” e conta que, neste ano, quase não viu cardumes ainda. A sensação dele é que a falta do peixe pode ter relação com a enchente de 2024 no Rio Grande do Sul. “É uma explicação possível, os cientistas poderiam ver isso”, comentou.

Conforme Farias, o rancho do seu Getúlio matou 500 peixes na semana ada, metade pela manhã, metade à tarde. “Uma quantidade irrisória numa safra de tainha”, registra. “Hoje, pescador artesanal de praia é para manter a cultura. É um hobbie, para comer, dar um peixe para a família, para os amigos e para o turista que vem ajudar a puxar uma rede”, diz Farias.

Sobreviver somente da pesca, segundo ele, é praticamente impossível hoje, com exceção das colônias que utilizam embarcações motorizadas e que vão em alto-mar.

À espera da tainha em Florianópolis, com o otimismo ou pés no chão, o que resta para Amandio, Pires e Farias é torcer. A eles, se unem centenas de pescadores no Campeche e seus familiares. Enquanto a tainha não chega em bom número, é necessário manter tudo pronto e, ao avistar o tesouro, agir e capturar.

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