O Copom (Comitê de Política Monetária) manteve, por unanimidade, a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano, após reunião realizada nesta quarta-feira (26).

De acordo com a Agência Brasil, a queda da inflação fez o Banco Centro não mexer nos juros. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017 quando também estava no mesmo valor. Essa foi a segunda vez seguida em que o Banco Central não mexe e que permanece o mesmo nível desde agosto.
Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes seguidas consecutivas em um ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e de combustíveis.
De março a junho do ano ado, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em casa encontro. Além disso, o Banco Centro ou a aumentar a Selic em 1 ponto em cada reunião no início de agosto.
om a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano ado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
Antes disso, a Selic foi reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Isso ocorreu devido a contração econômica gerada pela pandemia da Covid-19 e o Banco Central precisou derrubar a taxa para estimular a produção e consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Entenda 4c6b62
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter o controle da inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Em setembro, o indicador fechou em 7,17% no acumulado de 12 meses. Esse foi o terceiro mês seguido de inflação negativa por conta da queda no preço da energia e da gasolina.
Apesar da desaceleração recente, o valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o CNM (Conselho Monetário Nacional) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2022 em 5,8% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista dependendo da evolução do preço dos combustíveis no trimestre final do ano. A nova versão do relatório será divulgada em dezembro.
Crédito mais caro 6s5659
A alta da taxa Selic encarece o crédito e desestimula a produção e o consumo. No entanto, as taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 2,7% para a economia em 2022.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Selic e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.
Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.