A WEG, uma das maiores empresas de tecnologia industrial do planeta, com sede em Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, terá um novo CEO a partir de abril. Com mais de 21 anos de experiência no grupo, Alberto Yoshikazu Kuba assume, aos 44 anos, o desafio e revela quais são os planos da gigante bilionária.

De estagiário a CEO: a trajetória de Alberto Yoshikazu Kuba 406k67
Engenheiro eletricista, o executivo está desde 2002 na WEG, onde iniciou a carreira como estagiário até assumir a posição de analista de vendas e posteriormente, chefe de vendas. Em 2010, foi expatriado para a China, onde foi de diretor comercial a diretor superintendente.

De volta ao Brasil, quase 10 anos depois, Kuba assumiu à frente da divisão de motores, atual cargo. Em dezembro, foi anunciado como novo diretor-presidente da WEG. A sucessão, em que Harry Schmelzer dá lugar a Alberto Kuba, está marcada para 31 de março.
“Na WEG, nossa cultura não é de dizer quem será o sucessor de quem. Você vai tendo sinais de preparo. Todos os líderes sempre têm de apontar dois ou três executivos como futuros sucessores”, contou o novo líder em entrevista à revista Exame.
O diretor revelou ainda que descobriu sobre a “promoção” apenas um dia após o anúncio ao público, mas que havia indicadores desde a sua volta ao Brasil, como uma viagem a negócios recente.
“No ano ado fui aos Estados Unidos para completar um gap de experiência, para conhecer o mercado, as pessoas. Era parte do processo, mesmo que não soubesse”, disse.
Futuro da WEG: a busca pela liderança em motores 3d4o2k
Em 2022, o faturamento da WEG atingiu R$ 29,9 bilhões. O grupo tem fábricas espalhadas em 15 países, que empregam mais de 39 mil colaboradores e 4,3 mil engenheiros.
“Nos diferenciamos sendo fortes em mercados maduros, como motores, em que estamos perto de ser o número 1 no mundo, muito próximos da ABB. Você precisa de crescimento em mercados maduros para poder investir em mercados novos. Mas o novo é que vai puxar crescimentos maiores, de mais de um dígito. Energia solar era um nicho e virou um negócio de bilhões. Em mobilidade elétrica, por exemplo, focamos soluções urbanas, como ônibus e caminhões de lixo, que na China já são elétricos. Em automóveis, nosso negócio é de carregador, não vamos fazer motores pequenos para carros elétricos. Também vendemos placas solares e soluções para uma casa inteligente, com tudo integrado”, detalhou Kuba à Exame.
Na última semana, foi anunciado que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento de R$ 118,8 milhões para o novo plano de inovação do Grupo WEG. O objetivo é investir em digitalização e descarbonização até 2025, com foco no desenvolvimento de produtos mais eficientes, sustentáveis e digitais.
“Todos os investimentos que fazemos são mirando o longo prazo. O curto prazo é muito volátil, mas as bases que plantamos são sustentáveis. São anos e décadas de melhoria diária. Nosso foco no longo prazo faz com que cuidemos muito do investimento. O nosso zelo pelo capital é muito grande, basta ver o nível de retorno que entregamos”, declarou o futuro CEO.
*Com informações Revista Exame.