Já pensou como seria estruturar o processo de migração da sua família ou mapear a população da cidade usando planilhas? Esse foi o mecanismo que alguns estudantes encontraram para realizar essas atividades.
Aluna aprende a incluir dados na planilha – Foto: Katia Monica Verdim EggertOs trabalhos foram feitos por jovens do oitavo ano das Escolas Municipais Dom Jaime Barros Câmara e João Costa, ambas em ville. O processo foi fruto da ideia de educadoras que decidiram unir geografia e educação digital em um mesmo conteúdo.
A primeira experiência foi feita pela professora integradora Mônica Asquino. A proposta surgiu quando os adolescentes começaram a pesquisar a história dos familiares e a ligação dos parentes com a cidade.
Cada aluno foi responsável por entrevistar dez colegas, criando uma planilha com os dados coletados. A produção foi feita pelo LibreOffice, plataforma de aplicativos livres e de código aberto.
“Foi uma parceria com a docente Franciele Girelli. Fiquei responsável por ajudar com as dúvidas técnicas e ela assumiu os demais questionamentos”, conta Mônica. O início foi marcado pela curiosidade, com dúvidas sobre a usabilidade, mas o resultado foi satisfatório.
“Quando eles selecionavam a informação e geravam o gráfico percebiam que podiam alterar as formas, cores, rótulos e título da planilha, deixando a atividade mais interessante”, explica a professora.
E não foi apenas com essa turma que a surpresa fez parte do processo. Na Escola Municipal João Costa, na Zona Sul da cidade, a situação foi parecida.
As educadoras Katia Monica Verdim Eggert e Raquel Antpack de Oliveira do Nascimento orientaram os estudantes durante a construção da pirâmide etária de ville.
Tudo começou com um tutorial, explicando o o a o para usar o Google Planilhas. Em seguida, os alunos analisaram o número de pessoas em cada turma, levando em consideração a idade e o sexo.
Os processos foram essenciais para compreender a temática e dar vida à lista da cidade. “Foi interessante ver a reação deles quando perceberam que estava dando certo. Eles começaram a achar legal, a entender que era fácil”, relata Katia.
A profissional conta que os adolescentes ficaram fascinados, com vontade de aprender, e o momento foi ideal para sanar dúvidas.
“A tarefa foi tão prazerosa que eles perguntavam quando iam voltar. Sabiam que a aula de geografia era só na quarta-feira, mas na segunda-feira já queriam confirmar quando seria a atividade da planilha”, expõe a docente.
A turma foi desafiada a fazer o mesmo processo com papel e caneta, tendo a oportunidade de comparar os resultados e identificar as características de cada processo – físico e digital. O exercício vai além dos dados ou perfil dos munícipes. O intuito é estimular a busca por soluções digitais, unindo internet e educação.
Contribuindo com a alfabetização digital 64526o
Não é de hoje que a tecnologia está presente na vida dos mais novos. De acordo com dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 89% das crianças e adolescentes brasileiros navegam na internet.
Os os são feitos pelo desktop e smartphone. A regularidade e o tempo de uso são diferentes em cada região, por isso é importante que esse público conheça os serviços digitais.
“A gente tem que trabalhar a alfabetização tecnológica, ensinar sobre as ferramentas. Esse processo é importante para colocar o aluno no mercado de trabalho. Temos a preocupação de ensinar do zero, mostrando como funciona e o que é cada solução”, declara Katia.
O ensino vai além do momento na escola, criando um diferencial para quando os jovens estiverem em busca de um emprego. Além de desafiar os alunos, a iniciativa estimula os professores, que começam a pensar em atividades que conectam a tecnologia e a sala de aula.
