Como a robótica pode contribuir com o desenvolvimento escolar? 4m2t31

A escola é um celeiro de ideias criativas, inovadoras e que pode se tornar um espaço para soluções de problemas práticos do dia a dia com aplicação da robótica. Nas escolas da Rede Municipal de Ensino de ville, por exemplo, além do espaço .Maker, que desenvolve múltiplas habilidades e competências nos estudantes, a Secretaria de Educação incentiva e mobiliza a participação de grupos de robótica em torneios na área.

Um exemplo é a participação no FIRST LEGO League Challenge (FLL), uma competição internacional de exploração científica robótica. Em 2022, 51 alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental de nove escolas participaram do desafio de repensar o futuro do transporte baseado em questões do cotidiano.

Nesta edição, a Cargo Connect, as equipes competidoras buscaram soluções para suas propostas com pesquisa e conversa com especialistas, além de programarem um robô que cumpriu missões diferentes com programação desenvolvida pelos próprios alunos.

Na Escola Municipal Professor Orestes Guimarães, os alunos criaram uma solução para acidentes com trens de carga dentro das cidades – inclusive quem mora em ville sabe bem o que é isso, porque conta com esse transporte que corta os bairros do município.

“Nosso projeto de inovação foi colocar um sensor para avisar se, de repente, um carro para na linha do trem ou afoga o carro no trilho. Esse sensor avisa o maquinista do trem para que tenha tempo hábil de parar e não acontecer o acidente”, conta Eliane Vicente dos Santos, professora integradora de mídia e técnica da equipe Emog Maker.

No mesmo espaço .Maker da unidade, os alunos da Escola Municipal Doutor Sadalla Amin Ghanem também treinaram junto com a Emog Maker.

Com encontros quase diários, a equipe Sada Team desenvolveu o projeto de inovação voltado para o transporte de materiais inflamáveis e combustíveis.

“Eles (alunos) criaram um airbag de caminhão para que, no tombamento, não prejudique a carga, pelos riscos da natureza/explosão”, explica Fabricia Cristina Pereira da Luz, professora integradora de mídia e técnica da equipe.

Aproximar o espaço escolar dos problemas do dia a dia desafia e motiva os alunos a se tornarem protagonistas e colocar a mão na massa para encontrar soluções diante do desafio apresentado – além de despertar a curiosidade e o olhar atento da influência que este combo robótica e tecnologia tem no cotidiano.

Uma coisa que eu não imaginava que a gente poderia falar que seria robótica é uma lâmpada: alguém teve que estudar, observar algo para criar uma lâmpada”, observa Nathália Delfino, 11, aluna do sétimo ano da EM Professor Orestes Guimarães.

Precisa de incentivo? Aqui tem! 5b5f70

Mesmo que a pandemia causada pela Covid-19 não permitisse o funcionamento dos grupos de robótica nas unidades como atividade de contraturno, o incentivo e a participação de alunos em campeonatos na área começou muito antes disso, lá  em 2017.

Há cinco anos, o assunto era novidade na rede, os estudantes não tinham contato com essa prática, muito menos espaço para desenvolvimento das atividades.

Com a adaptação de uma sala aqui, empréstimo de material ali, lá estavam os estudantes da Rede Municipal se arriscando em competições na área, ainda com a primeira participação da FLL na cidade.

“A gente nem sabia o que era a FLL. Tanto que a partir daquele momento, a gente verificou orçamento com a APP e viu como era interessante aquilo para eles’, relembra Rosana Silvia Carvalho, atualmente professora formadora de robótica e que, em 2016, foi técnica da equipe formada por alunos da EM Vereador Curt Alvino Monich.

“E esse é o espírito do campeonato de robótica: de equipe. A gente acredita que seja importante nesse sentido, também, não só da aprendizagem.”

Pequenos programadores 6g2d6h

Os alunos da Rede Municipal de Ensino de ville arão a aprofundar o contato com a linguagem da programação a partir deste ano, com a implantação do programa Lab_Code, que está em fase de implantação, com aulas iniciando para 325 alunos de 13 escolas.

A atividade de contraturno escolar propõe, ao longo de quatro anos, fornecer uma formação de 240 horas.

O objetivo principal é naturalizar o letramento em programação para que crianças e adolescentes tornem-se mais do que usuários da tecnologia, que sejam também capazes de compreendê-la e de tornarem-se criadores de projetos com o uso da robótica e da cultura maker

O futuro é agora 6a562m

Se antes robô era coisa de ficção científica, agora tudo indica que o futuro já chegou: programar um tabuleiro de xadrez robotizado que permite ter um jogador presencial e outro remoto, ter um robô portátil capaz de ler mensagem e sugerir ao receptor o que sentir sobre o que foi lido, fazer cirurgia por tele-operações, desenvolver próteses e cadeiras automatizadas são apenas exemplos – mas reais – de que, sim, já nos dão a liberdade de dizer que o robô pode ser um bom companheiro.

Ainda que o primeiro robô na indústria tenha surgido há 70 anos, nos Estados Unidos, de lá para cá foi possível ver como essa criação – por vezes futurística – influencia a rotina das pessoas sem que elas se deem conta e nas mais diversas áreas, seja na saúde, automotiva, militar, industrial ou até mesmo doméstica.

A presença da robótica na área de tecnologia, principalmente, tem sinalizado que as duas podem ser mais que amigas, friends quando o assunto é eficiência.

Além de melhorar a qualidade de vida da população – solucionando problemas e desenvolvendo novos produtos -, essa união garante maior segurança nos processos, baixo custo nos serviços e expansão para as áreas mais simples do dia a dia até a mais cabulosa, como atuação no espaço.

Aproximar este ensino das escolas, por exemplo, pode ser um salto significativo do seu desenvolvimento.

Além de despertar a criatividade, a robótica na educação ajuda no desenvolvimento do raciocínio lógico, desperta habilidades no relacionamento e trabalho em equipe, ensina pelo método de erro e acerto e se torna uma oportunidade no ensino básico de contribuir na formação, influenciando a escolha  profissional.