Nos últimos tempos, diversas obras de arte famosas e renomadas de Van Gogh, Claude Monet e Johannes Vermeer foram alvo de ataques como forma de protesto. Quando fatos como esses acontecem, corre-se o risco de se perder as informações e valor histórico de obras importantes.

No mês de outubro, o quadro “Girassóis” (1888), de Van Gogh, recebeu um banho de sopa de tomate. Em seguida, o quadro de Monet “Pilhas de Grãos” (1890) recebeu um banho de purê de batata. Por fim, no mesmo mês, dois ativistas se colaram ao quadro “Moça com Brinco de Pérolas” (1665), de Vermeer.
São três clássicos da arte que, assim como vários, são alvo desse tipo de protesto. Dois deles sofreram danos apenas na moldura, porém a obra de Monet terá que ar por restauração séria. E aí fica a pergunta: como duas dessas obras não sofreram danos
Proteção máxima 2v2fu
Obras famosas e visadas como essas valem milhões de dólares e têm um forte esquema de segurança para não serem roubadas ou até mesmo vandalizadas. Além de restrições comuns aos museus – como distância segura da obra, seguranças e protocolos como revistas e detectores –, as obras possuem uma forte proteção de vidro com uma moldura reforçada.
Parece simples, mas possui uma tecnologia eficiente para garantir a segurança da obra, além de que as pessoas tenham a sensação de que estão vendo a obra em seu estado mais puro. São vídeos antirreflexo e altamente resistentes para garantir isso (o da Mona Lisa, por exemplo, é à prova de balas).
Porém não é só isso. Problemas com incêndios são um dos maiores medos quanto às proteções de obras, por isso a maioria dos museus possuem paredes revestidas à prova de fogo e um forte sistema de ventilação nos lugares onde a obra está.
Quando é contra roubo, um forte esquema de sensores e alarmes é feito, além de proteções mais robustas no período em que o museu está fechado, como celas de metal, fumaça, forte policiamento, entre outros. Roubar uma obra de arte de um museu é ainda mais difícil do que parece nos filmes.
Casos de danos curiosos k2g3d
Nem sempre é fácil cuidar de uma obra e, certas vezes, casos curiosos acabam causando algum estrago do tipo. Há diversos casos de restauração que não dão certo. O caso mais famoso foi em 2012, com a obra “Ecce Homo” (século 19), na igreja Santuário de Misericórdia, em Borja (Espanha).
Uma senhora de 80 anos se disponibilizou a restaurar a pintura e a deixou mundialmente famosa por ser um desastre. Curiosamente, desde então, a catedral ou a receber mais visitantes graças à nova versão do trabalho.
Já em 2021, quem deixou a obra “Three Figures” (1930) famosa foi um segurança (isso mesmo). Um senhor de mais de 60 anos de idade, não identificado, trabalhava em seu primeiro dia na cidade de Encaterimburgo, na Rússia, quando viu um quadro sem olhos e resolveu dar um toque especial desenhando olhos com uma caneta esferográfica comum.
Não se sabe o motivo do ato, porém a obra está avaliada em mais de R$ 5 milhões e pertencia a um museu da capital Moscou. A restauração, porém, é relativamente fácil e foi realizada.
A última curiosidade que trazemos é quando o próprio artista destrói a obra. Esse foi o caso do renomadíssimo inglês Banksy, um artista cuja real identidade é desconhecida, mas que movimenta muito a arte atual com seus grafites e intervenções com mensagens fortes em lugares públicos.
Suas obras causam um grande frisson e são procuradas por mercadores de arte como uma caça ao tesouro, pois estes “sequestram” o trabalho, levam às galerias e vendem por preços altíssimos.
Esse tipo de prática fez Banksy forjar a venda de sua obra mais famosa, “A Menina com um Balão”, em um desses leilões, em 2018. Ela foi comprada por 1 milhão de libras (R$ 6 milhões atualmente) e, na hora de ser entregue, foi destruída por um triturador de papel colocado na moldura pelo artista.
A crítica é evidente ao comércio das artes de rua, porém, curiosamente, a obra se valorizou ainda mais dada a repercussão do caso e a nova intervenção de Banksy. Um evidente caso das contradições do mercado da arte.