Democracia, transparência e recursos: Irineu de Souza detalha projetos da nova reitoria da UFSC 5t1f63

Cerimônia de posse da nova equipe que compõe a reitoria está agendada para esta sexta-feira (8), às 10h

O novo reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Irineu Manoel de Souza, e a nova vice-reitora, Joana Célia dos os, detalharam na manhã desta quarta-feira (6), as ações previstas para os próximos quatro anos.

Novo reitor da UFSC, Irineu de Souza, e nova vice-reitora, Joana Célia dos os, em entrevista coletiva – Foto: Bruna Stroisch/NDNovo reitor da UFSC, Irineu de Souza, e nova vice-reitora, Joana Célia dos os, em entrevista coletiva – Foto: Bruna Stroisch/ND

A nomeação de Irineu Manoel de Souza para o cargo de reitor foi publicada nesta terça-feira (5) no DOU (Diário Oficial da União). A cerimônia de posse da nova equipe está agendada para esta sexta-feira (8), às 10h.

Em entrevista coletiva realizada no prédio da reitoria, em Florianópolis, o novo reitor destacou o compromisso da nova gestão com a democracia, igualdade e inclusão.

“Não vamos aceitar qualquer forma de discriminação. Vamos verificar formas de colocar a equidade em prática aliada a uma gestão de qualidade, com ações construídas coletivamente pela comunidade universitária”, disse Irineu.

A vice-reitora acrescentou que ética, transparência e democracia são princípios defendidos pela nova gestão dentro e fora da universidade.

“A UFSC é um patrimônio da sociedade. É um bem público e é exatamente por isso, que precisamos assegurar a democracia e a autonomia universitária como princípios. Esses princípios vão possibilitar que a nova gestão acolha as diferenças dentro da universidade, nos modos de ser e pensar. A produção do conhecimento precisa se pautar pelo pensamento crítico e é isso que temos como referência ao pensarmos a universidade”, afirmou a vice-reitora.

Ela considera que a UFSC já é uma universidade menos elitista e mais plural em comparação com décadas anteriores, mas diz que é preciso assegurar ainda mais a permanência desse público tão diverso.

Além disso, a vice-reitora destacou que a nova gestão é a primeira a assumir o compromisso e efetivar a paridade de gênero nos cargos de primeiro escalão. “Somos hoje 9 mulheres à frente da gestão de cargos muito importantes para aquilo que nós pretendemos realizar na UFSC”.

Diálogo com a sociedade e transparência 4n3os

A nova reitoria projeta uma universidade mais próxima da sociedade. De acordo com o novo reitor, a UFSC ainda se encontra muito distante da comunidade.

“Vamos pensar em uma gestão pautada na dimensão humana, política, acadêmica e istrativa. Temos a preocupação em considerar sempre a sociedade dentro da nossa gestão. Afinal, a universidade só existe para atender a sociedade”, apontou.

Para a vice-reitora, a UFSC precisa ampliar sua presença na sociedade. A nova gestão, segundo ela, pretende atuar para que as pessoas conheçam e reconheçam o papel fundamental de uma universidade pública em seu território.

“Não podemos ser uma instituição fechada. Precisamos que a sociedade que está presente nas regiões dos nossos cinco campi olhe para a UFSC como uma instituição que vai promover o desenvolvimento dessas regiões e formar as gerações futuras”, salientou.

Neste sentido, o novo reitor também reforçou a necessidade de cumprir um dos princípios da constituição que é a transparência com relação aos recursos da universidade.

“Quanto à alocação de recursos, não podemos só colocar na página da universidade o que está sendo feito. Isso é pouco. Precisamos descrever os critérios, mostrar porque determinada quantia foi gasta naquela direção e não em outra. A ideia é realmente procurar ser o mais transparente possível”, projetou.

Cortes de verbas 703m2a

Sobre os recorrentes cortes de verbas na UFSC que, recentemente, perdeu R$ 12,5 milhões, o reitor afirmou que está em contato com a Secretaria de Orçamento e Planejamento da instituição para encontrar alternativas às perdas.

De acordo com Irineu de Souza, a gestão quer sensibilizar senadores e deputados de bancadas catarinenses alinhadas com a educação. O objetivo é alterar o orçamento da União. A expectativa é de que a modificação ocorra até o final do ano.

“Enquanto isso, vamos priorizar bolsas permanência e estudantis em geral, o restaurante universitário e a moradia estudantil. Em paralelo, queremos encontrar alternativas. Vamos ajustar as despesas dentro da universidade. Talvez, reduzir gastos em atividades mais operacionais. Por exemplo, a conta de água e luz são muito altas. Precisamos modificar questões estruturais e encontrar formas de reduzir custos. É uma equação muito difícil”, ponderou o novo reitor.

Festas estudantis 4j132g

Sobre as festas estudantis que voltaram a ocupar a UFSC nos últimos meses, o novo reitor afirmou que pretende dialogar com os estudantes para que usufruam do espaço com respeito ao patrimônio público. A nova gestão decidiu manter a equipe responsável pela segurança do campus.

“Pensamos em ter essa experiência da segurança aliada à concepção de universidade. Envolver a questão cultural e valorizar mais o espaço com o fomento de eventos culturais abertos no campus. Em vez de proibir a entrada, queremos envolver mais os estudantes e a comunidade do entorno. Queremos mudar o foco da dimensão policial para a pedagógica, educativa”, disse.

Para a reitora, grande parte das aglomerações que acontecem na UFSC são devido à ausência de políticas públicas de juventude na cidade. Sendo assim, o espaço da instituição se torna um “refúgio” onde os jovens podem celebrar, ouvir música e se encontrar.

Neste sentido, ela destaca a necessidade de dialogar com estudantes, órgãos de segurança, gestores municipais e estaduais.

“Não vamos resolver nada sozinhos. Sabemos que é possível, a partir do diálogo, alterar e se comprometer com outro projeto que inclua a juventude no espaço da cidade. A juventude que vem para a UFSC já foi expulsa do espaço da cidade. Por isso, encontra na universidade um lugar seguro para estar. Claro que vamos atuar num regramento, mas será construído junto com os estudantes”, expõe.

Evasão de estudantes 4w2v33

Durante a coletiva, a nova reitoria também salientou que fará uma busca ativa pelos cerca de 10 mil estudantes da UFSC que não conseguiram continuar com os estudos na instituição.

Segundo a vice-reitora, esse dado foi contabilizado nos últimos anos e agravado com a pandemia da Covid-19. São estudantes de escolas públicas, negros, quilombolas e indígenas que não conseguiram dar continuidade aos estudos.

Entre as ações para aprimorar a estrutura da universidade e impedir novas evasões, a gestão quer criar uma pró-reitoria de ações afirmativas e equidade para atender os mais de 50% dos estudantes que são provenientes de escolas públicas.

“Precisamos contribuir com um modelo de desenvolvimento que leve em conta as juventudes. Queremos assegurar a permanência dos estudantes e trazer de volta aqueles que não conseguiram se manter na instituição”, afirmou Joana Célia dos os.

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