Sabe aquele modelo de conto de fadas em que o destemido príncipe padrão salva a donzela em perigo de uma fera maligna? E aquela história em que a criatura diferentona e esquisita é a representação do perigo, o vilão que deve ser derrotado a todo custo?

Há muito tempo já não temos apenas essas estruturas convencionais de personagens mocinhos e vilões no cinema. Filmes como “Shrek” ajudaram a quebrar estereótipos de heróis, permitindo que histórias como a de “Malévola” trouxessem um recorte sobre o que até então era considerado simplesmente bom ou mau.
O sombrio não deve ser necessariamente associado ao antagonismo, assim como nossas referências do bem podem, ocasionalmente, cometer atos não tão adequados.
Foi assim que a animação “Ruby Marinho: Monstro Adolescente” pôde colocar de escanteio uma popular sereia e dar o protagonismo a uma personagem descendente de monstros do mar.
No fim das contas, essa inversão de papéis é a chance de promover um olhar para além das aparências e focado no que realmente importa.
A descendente de rainhas guerreiras 6d2g25
“Ruby Marinho: Monstro Adolescente” (2023, Livre)
Em um mundo apaixonado por sereias, descobrir que você é descendente de criaturas monstruosas e, eventualmente, mudará de forma, deve ser uma notícia chocante.
É assim para Ruby, que vive uma jornada para descobrir como usar as super-habilidades, que soam maquiavélicas e perigosas, mas podem servir para defender o que considera certo.
Aqui as encantadoras sereias não são as protagonistas — pelo contrário, elas são malvadas — e dão lugar às guerreiras kraken, provando que todos têm perspectivas diferentes.
O deus da trapaça f555o
“Loki” (2021, 14 anos)
O irreverente vilão de “Thor”, e tantas outras aventuras da Marvel, é a prova de que todos podem deixar o mal para trás e abraçar o lado correto da força.
Após causar problemas gigantescos, perder batalhas e ficar um tempo recluso, Loki se uniu ao irmão e até mesmo ajudou os Vingadores, do jeito que pôde, a enfrentar Thanos.
O carisma do personagem foi tão contagiante que ele ganhou uma série própria, na qual tem outras nuances de herói exploradas e se torna um exemplo de redenção.
O ogro mais doce de todos 5vw2d
“Shrek” (2001, Livre)

As reações de Shrek ao lidar com os humanos deixam visíveis as mágoas que o ogro sente em relação às pessoas. Isso porque, mesmo tendo uma doçura imensa dentro de si, ele sempre foi bastante temido e julgado pela sua aparência.
Isso fez com que esse morador do pântano se isolasse e desenvolvesse resistência para fazer amizades. O lado amedrontador só começa a ficar de lado quando ele faz amizade com o Burro e conhece a princesa Fiona. A partir daí, aflora um novo Shrek.
A dona do mal 506w9
“Malévola” (2014, 10 anos)
Ela foi retratada pela primeira vez nas telonas no desenho “A Bela Adormecida”, de 1959, e ou mais de 50 anos sendo conhecida apenas como vilã.
Foi com a sua versão live-action, interpretada por Angelina Jolie, que Malévola foi presenteada com uma reinterpretação, virando a protagonista da própria história.
Mesmo toda cercada de aspectos sombrios, aqui ela é retratada como uma personagem com dores próprias, que atua como uma distante protetora de Aurora.
O simbionte em ação 634k2v
“Venom” (2018, 14 anos)

Quem achou que um dos inimigos clássicos do Homem-Aranha terminaria como só mais um vilão derrotado, em “Homem-Aranha 3”, estava muito enganado.
Venom ganhou um longa-metragem para chamar de seu, em que mostra como Eddie Brock teve contato com o simbionte alienígena responsável por transformá-lo em uma monstruosa criatura.
Como já sabemos, as aparências enganam e o personagem é muito mais do que um ser visceral: Venom pode ter atitudes moralmente duvidosas, mas também sabe agir contra as verdadeiras forças do mal.
O supervilão amoroso 476l1t
“Phineas e Ferb” (2007, Livre)
O silêncio do heroico Perry, o Ornitorrinco, complementa perfeitamente o seu arqui-inimigo, o tagarela Dr. Doofenshmirtz. A dinâmica dessa rivalidade é um dos charmes do seriado “Phineas e Ferb”, que em cada episódio traz uma nova disputa entre os dois — às vezes extravagante, enquanto em outros momentos é mais conceitual.
Apesar de sempre criar invenções malignas e repetir que pretende dominar a Área dos Três Estados, Doofenshmirtz é muito mais profundo que seus planos.
O seu estímulo, como já revelou, é constantemente reencontrar Perry e ter a chance de detalhar suas ideias. Esse vilão atípico também se mostrou ser um pai exemplar, fazendo de tudo por sua filha.