A sensação de uma picada, a coceira no corpo, a febre e a dor de cabeça podem ser sintomas de diversas doenças, incluindo a dengue. Na Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa e na Escola Municipal Prefeito Max Colin, ambas em ville, os estudantes do quinto ano estão combatendo o Aedes aegypti por meio da informação.

Com materiais do cotidiano, que incluem papel e lápis de cor, os grupos criaram o lambe-lambe, item que foi colocado na rua de casa ou no bairro da escola.
“Contei a história, fiz um pequeno folder para as famílias, eles recortaram e colaram no poste com o desenho deles”, explica a professora Fabiana Castegnaro, que orientou o o a o, mas deixou a criatividade aflorar, já que cada um teve a liberdade de criar o seu desenho.
Mais do que compreender a relevância do assunto, é na junção entre a sala de aula e os desafios na sociedade que os estudantes compreendem que aquilo que começa na escola também pode mudar a rotina com a família.
“Quando levam isso para casa cobram muito mais o adulto, porque o adulto diz ‘vou fazer depois’. Na semana seguinte perguntei quem limpou o quintal e a grande maioria disse que foi lá e limpou. É isso que eu quero: tocar a família”, salienta a educadora.
Compreender o problema e a relação do Aedes aegypti com a prevenção também é um ponto de partida, fator essencial para trabalhar habilidades que serão levadas para a vida.
“Eles estão trabalhando a percepção, a criatividade, a busca de uma integração com o meio ambiente, com o cuidado ao redor. Se na escola fizermos um trabalho completamente isolado e a família não estiver junto, nós não conseguimos trabalhar”, opina Fabiana.
E quem colocou a mão na massa foi capaz de identificar os equívocos que são cometidos no próprio lar, como a aluna Sarah Tomazotti Oliveira, 10.
“Um dia estava na casa da minha avó e tinha um balde com muita água da chuva, só que não tava tampado. Fui falar para minha avó que tinha água e podia ter o mosquito. Ela viu e tinha um mosquito. Viramos e deixamos em um lugar que não pegava água”, comenta a jovem.
Valéria da Silva Gonçalves, 10, ou por uma situação parecida. “Minha mãe tinha um negócio de planta e estava cheio de água, porque eram dias chuvosos. Eu virei e falei para ela”, esclarece a menina.
No caso de Fabiana, além da percepção de estar contribuindo com a queda no número de casos na cidade, o componente curricular está sendo utilizado para expandir as possibilidades.
“Entendo que não é só o fazer artístico, e não estou aqui para formar artistas, mas, sim, cidadãos que vão conseguir ar o que eles têm na sala de aula para o conteúdo”, finaliza a professora.