
Criciúma, no Sul de Santa Catarina, ará a garantir aos alunos com deficiência do Ensino Fundamental o direito de serem avaliados por notas, sempre que houver condições pedagógicas para tal. A medida representa um avanço significativo no processo de valorização da diversidade e do potencial individual de cada estudante.
A resolução atende às diretrizes da LBI (Lei Brasileira de Inclusão) e da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Além disso, beneficiará mais de 1,2 mil alunos com deficiência, matriculados na rede municipal de ensino, promovendo um ambiente escolar mais justo, inclusivo e motivador.
Prefeitura de Criciúma amplia inclusão escolar com nova resolução de avaliação para alunos com deficiência 6e475k
“É uma mudança que corrige uma injustiça silenciosa. Muitos alunos com deficiência, mas sem comprometimento cognitivo, demonstram total capacidade de acompanhar o currículo, realizar provas e alcançar excelentes resultados. Agora, esses estudantes também terão o direito de receber notas, boletins e o reconhecimento que isso representa”, afirmou o prefeito, Vagner Espindola.
Antes da nova normativa, a resolução municipal previa apenas avaliações descritivas para estudantes da Educação Especial, mesmo quando havia condições para avaliações quantitativas. Essa prática causava frustração entre alunos e famílias, que presenciavam colegas receberem boletins com notas enquanto os filhos, muitas vezes com desempenho destacado, não tinham o ao mesmo reconhecimento.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Geovana Zanette, a atualização na forma de avaliação foi um dos focos de sua gestão desde que assumiu a pasta. A solicitação foi encaminhada ao Conselho Municipal de Educação, que aprovou a proposta.
“A inclusão vai além de garantir o e infraestrutura. Nossa rede já desenvolve diversas ações voltadas à empatia e ao acolhimento, e esse ajuste no processo avaliativo era essencial para tornar a inclusão efetiva. A nova norma respeita a individualidade de cada estudante e permite avaliações adequadas às suas capacidades, conforme orientam as diretrizes nacionais”, destacou a secretária.

A mudança já começou a impactar positivamente a vida dos estudantes e suas famílias. A.C., mãe do estudante B., de 11 anos, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), relatou com emoção a conquista.
“Desde o quarto ano, meu filho ficava triste por não receber notas, mesmo se destacando nas provas. Ele perguntava por que os colegas tinham boletim e ele não. Isso nos entristecia muito. Agora, com essa mudança, ele finalmente recebeu o reconhecimento que merece. Foi um momento de alegria para toda a família”, contou.
Outra mãe, Viviane de Araújo, também celebrou a novidade. Seu filho, Anthoni de Araújo Marques, aluno do 4º ano da Escola Municipal de Educação Básica Dionízio Milioli, também foi contemplado pela nova medida.
“Fiquei surpresa e emocionada ao ver que ele recebeu notas neste trimestre. No ano ado, ele sempre perguntava por que não tinha notas como os colegas. Quando mostrei o boletim com as notas, ele ficou radiante, saiu mostrando para os avós e para todos. Pode parecer um gesto simples, mas para nós, famílias de crianças com TEA, representa inclusão de verdade”, declarou.