Apesar do sol, às 9h, o vento nordeste ameaçava a aventura. Depois de prender as fitas a uma altura de oito metros, sobre as rochas da praia da Galheta (Leste da Ilha), e com todo o sistema de segurança checado e conferido, duas vezes, estava tudo pronto para a prática do highline, uma das variações do slackline. No meio da travessia, uma surpresa: um grupo de baleias surgiu e tornou o cenário ainda mais paradisíaco.
“Foi uma sensação incrível. Estávamos no meio da fita quando as baleias apareceram. Foi como um presente”, afirmou Felipe Ferreira Brasil, 25 anos, que pratica highline desde fevereiro. Mineiro de Belo Horizonte, o barman é um dos pioneiros do esporte em Santa Catarina. “Comecei com o slackline, a 30 centímetros do chão, em 2010. Hoje, temos seis pontos fixos espalhados por Florianópolis, com alturas entre 12 e 60 metros. É muita adrenalina. A sensação é a de andar sobre uma linha no precipício”, revelou.
Mas nem só equilíbrio e concentração garantem uma travessia segura. Os equipamentos de segurança são praticamente os mesmos de escaladas e do montanhismo. “Ali, são nossas vidas que estão em jogo. Então, não há redundância, tudo é em dobro. Usamos oito chapas presas nas rochas, quatro de cada lado. Duas fitas independentes, para o caso de uma delas arrebentar. Polias, cordas, extensores, tudo em dobro para garantir a segurança dos atletas”, explicou Henrique Ferreira Brasil, que é técnico em trabalhos de altura. “E, claro, horas de treinamento”, completou.
DICAS
Para encarar a altura com segurança
– Ter experiência no slackline
– Conhecer o local da travessia
– Ter prática de escalada e montanhismo
– Utilizar todos os equipamentos de segurança, geralmente em dobro
– Avaliar as condições do tempo, como possibilidade de chuva e ventos fortes