O público ainda não retornou aos estádios, embora a discussão para que, aos poucos, a torcida volte a frequentar as arquibancadas tenha avançado. Em ville, no entanto, além da pandemia, a volta da torcida tem um entrave a mais: a própria Arena ville.

Interditada nesta semana, a arquibancada descoberta precisa ar por reformas e adequações e não é de hoje.
Em 2019, uma empresa foi contratada para avaliar a estrutura do estádio, que é municipal, e apontou a necessidade de reformas estruturais, como a troca da estrutura metálica da cobertura das cadeiras. Três anos depois e nada foi feito. Agora, na quinta-feira (5), a arquibancada foi interditada e sequer há prazo para que o município realize as adequações apontadas pela Defesa Civil, que recomendou, novamente, a obra.
Você pode pensar: não tem público, não tem problema. Não é bem assim. O problema é, na verdade, menor, mas exige urgência.
Neste sábado (7), o JEC recebe o Rio Branco, pela Série D do Campeonato Brasileiro. Sem a presença de público, os dirigentes do Tricolor e dos clubes visitantes ocupam as cadeiras da Arena. Além disso, os repórteres de rádio também têm espaço liberado na arquibancada coberta. E a partir de agora, como fica?
O JEC vai disponibilizar os camarotes tanto para a diretoria do clube, como para os dirigentes dos clubes visitantes. Dos clubes, no plural, porque a solução deve demorar e, enquanto isso, o Tricolor continua sua caminhada rumo ao o. Os repórteres que costumavam ficar nas arquibancadas serão realocados ou para as cabines já destinadas para a imprensa ou, se assim preferirem, para o espaço atrás dos gols.
Uma solução paliativa, necessária, mas que não pode ser naturalizada.
A Arena ville é um espaço público, de responsabilidade do município e ele foi alertado, há três anos, sobre a necessidade de obras na estrutura pública. O JEC tem algumas responsabilidades de manutenção, mas a parte estrutural precisa ser viabilizada pelo poder público. Aliás, quem frequenta a Arena sabe bem que não é só a estrutura metálica que precisa ser trocada.
A cobrança precisa existir. E se, em outubro, como se estima, parte do público comece a frequentar os estádios? O JEC, que já vive delicada crise financeira, fica sem torcedor no estádio porque o “dono” do espaço não cuida de sua maior estrutura esportiva? A Arena tem 17 anos, merece e precisa de cuidado e atenção.