O valor de R$ 200 para entrar no estádio Heriberto Hülse e acompanhar a Recopa Catarinense, entre Criciúma e Marcílio Dias, segue uma “lei de oferta e procura” que visa, sobretudo, valorizar o sócio torcedor.
Quem afirma é o gerente istrativo e financeiro do Tigre, Paulo Cesar Bittencourt – que explica a dinâmica de preços definida pelo clube para o Estadual.

“Como o clube tem 18 mil sócios torcedores, cerca de 17 mil adimplentes, muito pouco vendemos ingressos. O clube tem que deixar os 10% disponíveis de ingressos – a partir disso, o espaço disponível tem um custo para o clube”, afirma o gerente.
“No Catarinense, por exemplo, poucos clubes conseguem ocupar esses 10%, mas por obrigação legal, temos que deixar esse espaço ocioso. O clube definiu que esse custo é de 200 reais”, completa.
Segundo ele, tal política de valorização começou em 2021 – quando o Criciúma ainda estava na Série C, vindo de uma pandemia, e retornou a um sistema presidencialista de gestão.
“Para manter o grande volume de sócios torcedores, sempre teve reajustes nas mensalidades com valores íveis. No Campeonato Brasileiro da Série A, aquele espaço [do visitante] dificilmente ficará ocioso. No Catarinense, você vai ver o estádio lotado e aquele espaço ocioso. E ali, é uma lei de oferta e procura”.
Tal valor seria definido pelo “peso da partida”, e de “ingressos à venda x número de sócios pagantes”.
“Conforme a partida, a importância dela, o desempenho do nosso time na competição, o tempo, meteorologia, fazemos uma estimativa para disponibilizar um número de ingressos disponíveis para a arquibancada”.
No entanto, o Tigre ainda não definiu se o valor prosseguirá para a Série A. Segundo Paulo, “é bem possível que sim”.
O valor também está sendo cobrado para a própria torcida carvoeira em ingressos disponibilizados ao público geral. Ainda de acordo com o gerente, em razão da previsão de que não serão todos os sócios que comparecerão ao jogo – por conta da temporada de praia e da cidade vazia.

“Hoje, como o clube entende que dos nossos 17 mil sócios adimplentes, não é um tipo de jogo que todos virão, nós imaginamos que não farão todos eles jus de vir ao jogo”, diz.
“Por isso, disponibilizamos também ingressos à venda, também por duzentos reais. Em jogos que não há perspectiva de lotação, também botamos à venda”, finaliza.
Acordo entre Criciúma e Marcílio Dias 2v3s
Outra polêmica envolvendo os ingressos para a decisão envolveu, ainda, a carga de ingressos disponibilizada de forma gratuita entre os clubes.
Paulo diz que através de um acordo mútuo, foi selado o número de 120 ingressos a serem disponibilizados ao Marinheiro para distribuição entre a torcida.
O lote seria “devolvido” quando o Criciúma fosse jogar em Itajaí – em forma de outros 120 ingressos que seriam disponibilizados à torcida do Tigre.
Durante a semana, o Marcílio afirmou, por nota, que “o Marcílio Dias garantiu junto ao time do Sul do Estado uma carga de ingressos. Entre eles, 50 ingressos serão destinados aos sócios adimplentes, via sorteio”.
Ainda, que “esta carga total de ingressos disponibiliza será reposta em reciprocidade quando o Criciúma vier jogar em Itajaí pelo Campeonato Catarinense. Da mesma forma, haverá reciprocidade no valor do ingresso cobrado para a torcida adversária”.
À reportagem, o supervisor do Marcílio Dias, Junior Sauthier, afirmou que “conforme foi combinado, [o clube] recebeu 120 ingressos de reciprocidade do Criciúma”.
50 ingressos teriam sido sorteados para os sócios – como divulgado pelo clube, e outros 70 foram “distribuídos para os torcedores”.