Frustrante! Talvez seja o melhor termo para definir a participação da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina, que terminou precocemente ainda na primeira fase da competição na manhã desta quarta-feira (2).

Após a derrota para a França na segunda rodada, o Brasil entrou em campo precisando de uma vitória simples contra a Jamaica para conseguir a vaga sem depender de uma, pra lá de improvável, vitória do Panamá sobre a equipe sa no outro jogo da rodada.
Nitidamente nervosa em campo, a equipe de Pia Sundhage conseguiu criar pouquíssimas chances claras de gol contra a, é necessário dizer, bem postada defesa jamaicana.
Nas melhores chances, Tamires parou na goleira Spencer e Marta, em duas oportunidades, não viu Ary Borges completamente livre na ponta direita.

É difícil falar em vexame, mas diante de um contexto em um grupo com Panamá e Jamaica, que disputava apenas sua Copa do Mundo e enfrenta uma grave crise entre federação e jogadoras.
Há um mês da Copa, as jogadoras desabafaram nas redes sociais que, mesmo após diversas conversas, a entidade máxima do futebol jamaicano não ofereceu um “planejamento, transporte, acomodações, condições de treinamento, compensação, comunicação, nutrição e ibilidade a recursos” adequados à delegação.
Para se ter uma ideia, Sandra Phillips-Brower, mãe da meia Havana Solaun, chegou a criar uma vaquinha online para arrecadar fundos para ajudar a equipe à ir ao Mundial. A campanha arrecadou mais US$ 52 mil (R$ 246 mil).
Brasil iguala suas duas piores campanhas 42z64
A seleção brasileira iguala suas duas piores campanhas em Mundiais, quando também foi eliminada ainda na primeira fase, 1991 e 1995. As melhores participações seguem sendo um terceiro lugar em 1999 e o vice-campeonato em 2003.
Diante dos bons jogos que as comandadas de Pia Sundhage fizeram às vésperas do Mundial, a expectativa do torcedor brasileiro, inevitavelmente, acabou subindo.
Vitórias diante do Chile (4 a 0) e da poderosa Alemanha (2 a 1). Além disso, um jogo duríssimo diante da Inglaterra, onde foi derrotado apenas nos pênaltis na Finalíssima.
Ainda que não tenha entrado como uma das principais favoritas, não se esperava uma eliminação precoce desta maneira. A sensação do “quase” volta a assombrar o futebol feminino do Brasil.
Campanhas da Seleção em Copas: 3o2k3r
- 1991: fase de grupos
- 1995: fase de grupos
- 1999: terceiro lugar
- 2003: quartas de final
- 2007: vice-campeã
- 2011: quartas de final
- 2015: oitavas de final
- 2019: oitavas de final
- 2023: fase de grupos
Obrigado, Marta! 4zqc
Maior nome do futebol brasileiro, a Rainha Marta se despediu dos Mundiais de maneira frustrante. Aos 37 anos, a seis vezes melhor do mundo e maior artilheira da história das Copas, permaneceu por 83 minutos em campo, mas não conseguiu ter uma grande atuação.

O que fica é o carinho e o respeito pela maior de todos os tempos. Do ouro no Pan em 2007 a esta triste despedida, Marta deixa um legado para todas as gerações do esporte.