O defensor Marquinhos Pedroso está atuando no futebol da Letônia, país vizinho da Rússia, e detalhou a tensão em decorrência do conflito da Rússia ao longo desta quinta-feira (24).

Natural de Tubarão, município localizado no Sul de Santa Catarina, Marquinhos Pedroso foi revelado pelo Figueirense e está no futebol letão desde a última temporada.
“Estamos todos apreensivos por aqui. As notícias começaram a se intensificar e as movimentações militares também. Agora estamos na Turquia finalizando a pré-temporada, mas na minha cidade, que é um dos caminhos mais próximos para chegar na Ucrânia pelo mar, já tem uns navios ancorados”, revela Marquinhos Pedroso.
Aos 28 anos, o lateral deixou o Furacão do Estreito em 2016 e rodou por clubes da Turquia, Hungria, Estados Unidos, Bulgária e Romênia até chegar ao FK Liepaja.

“Já morei em vários países com muita história importante no cenário mundial, como a Hungria, por exemplo. Esse é o momento mais tenso que estou presenciando. Os jogadores aqui não falam muito sobre isso internamente, mas eu sigo acompanhando tudo com muita atenção”, revelou.
Ainda em pré-temporada, Marquinhos Pedroso e o elenco do Leipaja têm retorno para a letônia programado para o próximo domingo (27) para se preparar para a estreia da liga nacional.
Jogadores brasileiros pedem ajuda do Governo Federal
Assim como o jogador catarinenses, muitos atletas estão atuando até mesmo em times da Rússia e também da Ucrânia. Por conta da tensão ao longo da quinta, um grupo de atletas publicou um vídeo pedindo ajuda ao Governo Federal para deixarem o País.
Entre eles, está David Neres, que atua pelo Shaktar Donetsk, da Ucrânia, que também é nome “comum” na lista de convocados por Tite para defender a Seleção Brasileira.
“Estamos todos reunidos, jogadores do Dinamo e do Shaktar Donetsk com nossas famílias e estamos esperando em um hotel devido a toda a situação. Estamos aqui pedindo a ajuda de vocês para promover esse vídeo por conta da da falta de combustível na cidade, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, então não tem como sairmos”, disse o zagueiro Marlon, formado nas categorias de base do Fluminense.
Invasão começou nesta quinta
Militares russos anunciaram que os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia estão ganhando terreno contra as forças de Kiev, depois da invasão de tropas russas no início da manhã desta quinta-feira (24).

Em resposta à invasão russa, o governo ucraniano ordenou o posicionamento de tanques de guerra na Praça da Independência, conhecida como Maidan, na área central da capital Kiev.
Segundo informações das autoridades locais, a Ucrânia teria relatado a morte de pelo menos 40 soldados. Outras 18 pessoas morreram em uma localidade da região de Odesa, no sul da Ucrânia, após a invasão russa.
Nível máximo de restrições
Os militares serão responsáveis pela checagem de documentos e monitoramento da cidade. A Ucrânia está sob decreto de estado marcial, quando regras militares substituem as leis civis comuns de um país, ou seja, nível máximo de restrições.
A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, disse na manhã desta quinta (24) via rede social que convocou o embaixador russo no país para explicar a invasão à Ucrânia, algo que ela descreveu como sendo “ilegal”. Truss afirmou ainda que serão impostas severas sanções à Rússia e vai buscar apoio de países à Ucrânia.
Ameaças de Putin
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia. O líder russo falou em um pedido de ajuda dos separatistas justificou separatistas pró-russos e pela política agressiva da Otan com Moscou. Putin também pediu que militares ucranianos “deponham as armas”.
“Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história.”
Putin classificou ainda sua operação como um ataque a “nazistas” na Ucrânia, assim como a rejeição da ordem mundial liderada pelos EUA. De acordo com ele, a aspiração da Ucrânia de ingressar na Otan representa uma ameaça terrível à Rússia. (Com agências internacionais).