Nos primeiros anos da década de 80 o Milan amargava uma crise com dois rebaixamentos para a Segunda Divisão. Uma vergonha para um time que já tinha conquistado a Europa. Em 1986 o empreendedor Silvio Berlusconi decidiu comprar o clube, que já não estava mais valorizado do que antes. O que muitos não imaginavam é que o ato daquela compra recolocaria o Rubro-Negro de Milão no mapa do futebol mundial. E daria luz a mais importante figura da política e do futebol italiano nos últimos anos.

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Berlusconi logo definiu o treinador que seria de sua confiança. Jogou as fichas em Arrigo Sacchi. Além disso montou um timaço que tinha como pilar um talentoso trio de holandeses: o volante Frank Rijkaard, o habilidoso meia Ruud Gullit e o artilheiro Marco Van Basten. Os milaneses aram a rivalizar o futebol italiano com o Napoli de Diego Maradona e Careca.
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A equipe ganhou projeção e praticamente tudo o que disputou.
– Aquele Milan foi uma das melhores coisas para o futebol da Itália. Nossos jogos aram a ser transmitidos para o mundo inteiro em uma época que o futebol ainda não era o produto que se transformou. Além disso era gostoso ver aquele time dar espetáculo em campo. Todos queriam ver os holandeses – lembrou Berlusconi em uma entrevista em 2009 para a imprensa italiana.

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A geração deu duas Tríplices Coroas internacionais para o Milan, em 1989 e 1990. Feito que só veio a ser repetido em 2007, ainda com Berlusconi no comando do clube. Foram oito títulos. Mas quem pensa que o fim daquele geração apagou a história vitoriosa de Berlusconi se engana.
Em 1991, percebendo a necessidade de uma mudança, Berlusconi apostou em Fabio Capello para técnico. Ex-jogador do clube ele foi campeão italiano naquele ano sem perder um título. Forsam 58 vitórias seguidas. Foram mais seis títulos.
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O terceiro treinador marcante de Berlusconi foi Carlo Ancelotti, que dirigiu o time entre 2001 e 2009. Foram mais duas Champions League e vários outros títulos. Apesar do sucesso de seus treinadores, Berlusconi carregava uma mágoa.
– Tivemos o Milan do Arrigo Sachi, do Capello e do Ancelotti. Mas nunca o Milan do Berlusconi. Mas era eu quem contratava os treinadores e mopntava os times. Que pagava a conta – disse um magoado dirigente em 2014.
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Silvio Berlusconi dirigiu o Milan por 31 anos. Em 2017, com a saúde debilitada, vendeu o clube para um consórcio chinês por 740 milhões de euros (hoje mais de R$ 4 bilhões). Entretanto para se ter uma ideia de seu sucesso, dos 54 títulos oficiais do Milan, Berlusconi ganhou mais da metade, 29.
Relação com brasileiros: Fantasia com Ronaldinho Gaúcho g6470
Ao longo de sua trajetória no Milan, Berlusconi conviveu com alguns craques brasileiros. O seu queridinho era Kaká.
– Kaká é o marido que qualquer mulher deseja e o filho que qualquer mãe sonha – dizia ele.
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Apesar disso, quem virou seu genro foi Alexandre Pato, que se casou com sua filha Barbara.
Hoje faz 12 anos que o Alexandre Pato levou Barbara Berlusconi pra assistir Vasco x Figueirense, em São Januário, no DIA DOS NAMORADOS. pic.twitter.com/gYvDXbFbIt
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) June 12, 2023
Uma relação conturbada foi com Ronaldo Fenômeno. Ele chegou a ironizar em 2007 o excesso de lesões do craque.
– Eu estou preocupado com Ronaldo. Precisamos mandá-lo para a Igreja de Lourdes – disse Silvio Berlusconi em uma ocasião.
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Mas a maior polêmica envolveu Ronaldinho Gaúcho. Segundo uma garota de programa brasileira, tinha fantasias sexuais com o craque, tanto que a pediu para se fantasiar de R10 em um dos atos sexuais. O dirigente jamais comentou a polêmica, que ganhou amplo destaque na mídia italiana.
A Política e a vida pessoal de Silvio Berlusconi 3472i
Silvio Berlusconi foi por três vezes primeiro-ministro da Itália. Para muitos foi o sucesso no Milan que o levou ao cargo pela primeira vez, em 1994. Integrava o partido político Força Itália, fundado por ele na sua entrada na vida política.
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Empresário do ramo da comunicação, conseguiu gerir a Itália por três vezes com a mão pesada. Tomava muitas decisões nada populares, como quando apoiou a Guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, em 2003.

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Ao longo de seus mandatos sempre se viu envolvido em escândalos envolvendo garotas de programa.
– As mulheres sempre foram meu lado fraco – brincava Silvio Berlusconi.
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Revoltado com acusações de ligação com a máfia, quase foi preso. Deixou o cargo em 2011 após uma conversa sua com partidários vazar. Nela se referiu a Itália de maneira pejorativa.
– Vou embora desse país de m… – disse ele.
Silvio Berlusconi ou os últimos anos de sua vida lutando contra a Leucemia. A doença o levou a um quadro de infecção pulmonar aguda, que tornou a luta pela vida ainda mais ingrata. Morreu em 12 de junho de 2023.