‘Não poderia deixar o clube na mão’, diz lateral do JEC que cortou chuteira para jogar

Lateral precisou de uma microcirurgia e, mesmo assim, teve que cortar a própria chuteira para ar a dor e estar em campo na vitória sobre o Avaí, na Arena ville

As histórias de superação no futebol se multiplicam e em ville, não é diferente. A vitória do JEC contra o Avaí no domingo (5) teve um peso diferente para o clube. O resultado afastou o fantasma do rebaixamento e deixou o time dependendo apenas de si para classificar às quartas de final do Campeonato Catarinense. Foi um dia de chuva, torcida empurrando o time e, em campo, uma história chamou a atenção. O lateral Marcos Martins cortou a própria chuteira para ar a dor no dedão, estar em campo e ajudar o time.

Marcos Martins cortou a própria chuteira para ar a dor e continuar em campo na vitória contra o Avaí – Foto: JEC/DivulgaçãoMarcos Martins cortou a própria chuteira para ar a dor e continuar em campo na vitória contra o Avaí – Foto: JEC/Divulgação

“O que mais me motivou foi a situação que nós estávamos, eu não poderia deixar o clube na mão neste momento tão delicado”, salienta.

A situação foi provocada por um problema no dedão. O lateral levou um pisão no jogo contra o Barra, na 5ª rodada e como já tem um pequeno calo ósseo, a situação se agravou. “A unha infeccionou, mas a podóloga resolveu, mas o dedo inchou muito e foi infeccionando, mas eu conseguia ar. Mas, durante a semana, chegou um momento que eu não conseguia mais colocar a chuteira. No treino de quinta eu só treinei a primeira parte e não aguentei. No rachão, usei tênis no pé esquerdo e virei dúvida”, lembra.

Mas, o lateral não queria ficar de fora de um jogo tão importante e decisivo e continuou o tratamento. “O médico achou melhor abrir para tirar o líquido, abriu no sábado e no domingo de manhã refiz o curativo, tomei injeção no sábado e no domingo para ar a dor, mas a chuteira aperta. Aí veio a ideia de cortar porque eu já vi isso, só que no calcanhar”, conta.

Os companheiros até tentaram tirar a ideia da cabeça do lateral, mas no vestiário não teve jeito, para conseguir jogar, ele precisou cortar a chuteira.

“Na quinta já eu pensei em cortar, mas alguns falaram que ia estragar, eu pensei e ficou nisso, mas no vestiário eu olhei a marca de sangue que já tinha ficado e vi que era ali mesmo, cortei certinho. Entrei com ela já cortada, mas ninguém percebeu porque eu coloquei uma fita. Com a chuva, soltou antes de acabar o primeiro tempo, eu arranquei e ficou aparecendo o buraco. No intervalo eu refiz a bandagem, mas no final soltou de novo e todo mundo viu”, lembra.

O esforço do lateral teve resultado. A vitória por 3 a 0 foi a primeira do time jogando diante do torcedor no Estadual, livrou o JEC do rebaixamento e ainda fez o time ficar em uma condição que só depende de si para classificar.

“Eu vejo muito esforço de todo mundo para tirar o clube dessa situação. A diretoria está fazendo um esforço muito grande, dando estrutura, salário em dia, me trataram muito bem quando eu tive Covid. Nós compramos a briga, nos dedicamos e vamos para o jogo do jeito que dá. O grupo merecia muito, somos muito trabalhadores e eu me emocionei muito depois do jogo, com os funcionários no vestiário, com todos que estão tentando reerguer o clube, com a torcida que nos apoiou o tempo todo. Merecíamos uma vitória assim dentro de casa”, fala.

E depois do sacrifício dentro de casa, é hora de buscar a classificação no Oeste. O lateral garantiu que o tratamento está funcionando e o dedo está melhor para buscar a classificação. “Agora é pensar no Concórdia, é um jogo muito difícil e nós sabemos, mas vamos para buscar essa classificação”, finaliza.

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Drika Evarini