A cratera e o deslizamento que comprometeram a BR-470 são também reflexos das fortes chuvas que assolaram todo o Vale do Itajaí no fim do último ano, destaca o superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Santa Catarina, Alysson Rodrigo de Andrade.
Os fenômenos comprometem a permeabilidade da rodovia. Há cerca de 30 pontos na rodovia com risco semelhante. A conclusão é fruto de análises realizadas por geólogos contratados pela prefeitura de Rio do Sul e visitas técnicas realizadas entre esta sexta-feira (16) e manhã de sábado (17).

A rodovia permanecerá interditada por pelo menos 20 dias. Os técnicos da autarquia devem definir nos próximos dias um plano de trabalho. A orientação é que os motoristas utilizem a BR-282/SC, na Grande Florianópolis, para veículos pesados. A rota para veículos leves é as vias municipais de Rio do Sul. O trecho está sinalizado.
“Estamos trabalhando em todos esses pontos. Em alguns realizamos muros gabião [estrutura de contenção adotada em Alfredo Wagner e Santo Amaro da Imperatriz, por exeplo], em outros cortinas atirantadas. Cada um exige solução diversa”, explica o superindente. O governo federal já destinou cerca de R$ 167 milhões às obras.
“A BR-470 é antiga, tem mais de cinco décadas. Precisamos reestabelecer a permeabilidade [absorção de água] para o pavimento atuar de forma mais estável”, destaca Andrade. A solução adotada para o segundo trecho que deslizou será análoga àquela aplicada no primeiro evento, com a instalação de dispostivos de drenagem.
Foram dois fenômenos que ocorreram nesta semana: na quarta-feira (14), uma cratera se abriu na BR-470, em Rio do Sul. Dois dias depois, o trecho sofreu um deslizamento de terra e a rodovia acabou dentro do Rio-Itajaí Açu.
Moradores devem ficar atentos 153e3a
Mais cedo, neste sábado (17), a Defesa Civil de Rio do Sul e o DNIT se reuníram com geólogos para discutir o futuro do trecho.
Os geólogos entregaram relatório com orientações ao município e DNIT, de fiscalização durante a obra de reconstrução do trecho deslizado. Uma das conclusões do estudo é que não há correlação entre a cratera e o deslizamento.
Renato Abreu, diretor da Defesa Civil de Rio do Sul, destaca que os moradores devem redobrar a atenção, principalmente no período noturno e durante em chuva.
“A inclinação de árvores, poste e o cheiro forte de terra são indícios para realizar evacuação. Com esses sinais, os moradores devem sair de casa e ir para um local seguro. A Defesa Civil vai monitorar região e ver se há indício de movimentação”, ressalta Abreu.
Deslizamento na BR-470 314b4w
O km 143 da BR-470 ou por dois deslizamentos em dois dias. O primeiro ocorreu na quarta-feira (14), quando uma enorme cratera deixou um rastro de destruição no trecho.
O local já vinha sendo recuperado pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) quando o novo escorregamento de materiais ocorreu onde as equipes do departamento atuavam para recuperar a trafegabilidade da rodovia federal.
* Com colaboração do repórter Moisés Stuker