Além de gerar atrasos no transporte de cargas, fila e dor de cabeça para os motoristas que am por Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, o bloqueio causado pela cratera que se abriu no km 143 da BR-470 nesta quarta-feira (14) também possui desdobramentos econômicos.

Em nota divulgada na noite desta quarta-feira (14), a Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina) criticou a situação das rodovias catarinenses e cita até um possível risco de ‘colapso rodoviário’ na malha viária de Santa Catarina, após o bloqueio da BR-470 no km 143.
Segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), uma verdadeira força-tarefa foi montada nesta quarta-feira (14) para reconstruir a pista da BR-470 que se abriu devido ao deslizamento causado pelas chuvas que caíram na cidade naquela madrugada.
As equipes atuam com maquinário pesado e refazendo o aterro da rodovia. O trânsito segue totalmente interditado neste ponto, com desvio pelas ruas municipais de Rio do Sul (para veículos leves) e pela BR-282/SC (para veículos pesados). A previsão é que o trânsito seja liberado em sete dias.
Empresas contratadas pelo DNIT trabalham em ritmo acelerado nesta quinta (15), para reconstruir pista da BR-470 em sete dias – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV
Situação da BR-470 em Rio do Sul, nesta quinta-feira (15) – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV
Empresas contratadas pelo DNIT trabalham em ritmo acelerado nesta quinta (15), para reconstruir pista da BR-470 em sete dias – Vídeo: Gabriela Szenczuk/NDTV
Fetrancesc comenta impactos da interdição 3l5x7
Em nota, a entidade afirma que a principal região prejudicada pelo bloqueio é o Oeste Catarinense, que escoa sua produção pelos portos de Itajaí e Navegantes. A principal rota alternativa para os veículos pesados, acima de 40 toneladas, é a BR-282, ando pela Grande Florianópolis.
“A mudança de rota resulte em um acréscimo de 130 quilômetros no percurso e três horas a mais de viagem. O trajeto alternativo também exige que os motoristas circulem por um trecho maior na já saturada BR-101”, afirma a entidade.
Leia abaixo a nota na íntegra 5u2j58
“Nota oficial
A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina e os sindicatos filiados que compõem o Sistema Fetrancesc reforçam a preocupação com o bloqueio da BR-470 nesta quarta-feira, 14. A interdição foi provocada pela abertura de uma cratera no km 143, em Rio do Sul. Também houve registro de bloqueio no tráfego de veículos no km 90,5 da BR-470 em Ascurra, onde ocorreu um desnível na pista.
Além do perigo para quem utiliza a rodovia, a ocorrência em Rio do Sul provoca perdas econômicas incalculáveis ao estado, com prejuízos ao transporte de produtos e ao escoamento das exportações catarinenses. O reflexo negativo sobre a movimentação de cargas atinge diretamente a região Oeste, principal polo agroindustrial do estado.
Segundo o DNIT, a previsão é que a rodovia permaneça totalmente interditada no trecho de Rio do Sul por, pelo menos, sete dias. Diante do decreto municipal que proíbe o tráfego de caminhões no trecho urbano de Rio do Sul, há impactos imediatos no aumento do tempo de deslocamento e dos custos operacionais.
Aos caminhões com mais 40 toneladas resta o uso da BR-282 e da BR-280 como rotas alternativas. Se usarmos como ponto de referência o Porto de Itajaí, estima-se que a mudança de rota resulte em um acréscimo de 130 quilômetros no percurso e três horas a mais de viagem. O trajeto alternativo também exige que os motoristas circulem por um trecho maior na já saturada BR-101.
A Fetrancesc, entidade representativa de mais de 20 mil empresas do setor, alerta para a precariedade do sistema rodoviário catarinense e seu possível colapso. Situações como a registrada em Rio do Sul evidenciam a fragilidade da infraestrutura viária do estado e revelam a necessidade urgentíssima de investimentos e de planejamento a médio e longo prazos. A maioria das estradas em Santa Catarina é antiga e foi construída a partir de projetos que estão desalinhados com a realidade atual, cujo momento é marcado pelo aumento dos eventos climáticos e do fluxo de veículos.”