A ressaca que invade as casas, valorização imobiliária e os benefícios turísticos são apenas alguns dos motivos para o alargamento da praia do Gravatá, em Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina. Em pontos em que a erosão já chega quase à calçada, o alargamento pode “devolver” uma praia aos moradores.

“Toda época de ressaca do inverno, vem aquela angústia, aquele anseio da população. Que pode ocorrer a destruição do patrimônio particular, da infraestrutura pública, e isso vem acontecendo por anos aqui em Navegantes. O objetivo é realmente ampliar essa faixa de areia, para proteger também todas essas edificações”, explica o superintendente do IAN (Instituto Ambiental de Navegantes), Marcos Zaleski.
O contrato com a empresa que vai realizar o estudo prévio para a obra foi assinada na última quarta-feira (2). O investimento será de R$ 1,9 milhões e vem de recursos municipais.
Serão 12 meses de estudo, que vai definir a melhor forma de executar o alargamento dos 12 quilômetros da orla. A jazida de onde a nova areia vai ser extraída também ainda será definida, assim como o pedido de licenciamento ambiental.
Segundo a empresa Prosul, contratada para o estudo, ele deve ser dimensionado com base no alargamento da praia de Canavieiras em Florianópolis, recentemente alargada.

Liba Fronza (MDB), prefeito de Navegantes, considera que esta obra vai fazer toda a diferença para o setor turístico. “Com a entrega do projeto dos estudos, nós já estamos aptos a fazer a licitação, eu acredito que no início do ano que vem, nós já podemos começar o projeto de engordamento efetivamente na praia do Gravatá”, afirma.
“Essa questão do engodamento ela vai fazer toda a diferença para o atrativo turístico da nossa cidade, que nós sabemos que precisa desenvolver esse potencial que está de uma certa forma reprimida na cidade de Navegantes”, acredita.
Outras praias serão alargadas 6x5f4h
Balneário Piçarras também quer aumentar a orla. De acordo com a prefeitura, um estudo preliminar indica a necessidade de engordamento do molhe da rua Getúlio até o molhe Sul.
O alargamento de Piçarras foi inspirado na obra de alargamento da praia Central de Balneário Camboriú. “Uma vez que aqui em 1999 foi feito o engordamento da faixa de areia da orla Central”, destaca a prefeitura.
Itapema também deve começar em breve um projeto de alargamento da faixa de areia, na orla da Meia Praia. A prefeitura licitou a contratação da empresa que vai fazer o estudo desta e de outras obras de recuperação da orla.
Depois do estudo feito, e a empresa que for fazer a obra for contratada, a estimativa é que a obra seja concluída em até 10 meses.
Itapoá também pretende se tornar uma “nova BC” e alargar a praia. É justamente para engordar a faixa de areia e evitar mais estragos na área litorânea que o alargamento será feito. Aliás, a obra apresenta um fator inédito no Brasil: o material usado será retirado de uma dragagem feita para o aprofundamento e alargamento de um canal marítimo no Porto de São Francisco do Sul, cidade vizinha a Itapoá.
A profundidade do canal ará de 14 para 16 metros, permitindo a navegação de embarcações de até 366 metros. Se não fossem destinados à obra na faixa de areia de Itapoá, os detritos acabariam sendo encaminhados para um “bota-fora marinho”.
*Com informação da repórter Josi Pimentel, da NDTV