A praia de Jurerê vai voltar de 10 a 15 anos no tempo. Esse retorno ao ado, entretanto, é na extensão da faixa de areia, onde banhistas, sejam nativos da Ilha, ou turistas, poderão se acomodar para pegar sol, praticar esportes e aproveitar o que Jurerê Tradicional e Internacional oferecem de melhor.

Na segunda-feira (13), o secretário municipal de Transportes e Infraestrutura, Rafael Hahne, visitou o bairro, com parte dos fiscais de engenharia e da área ambiental, para atualizar os moradores em relação à obra.
O investimento, de R$ 24,7 milhões, deixará a praia com cerca de 30 metros de faixa de areia, como há uma década. Alguns moradores estavam se perguntando se o projeto sai mesmo do papel. A resposta é sim e a expectativa é de entrega até o Carnaval de 2024.
A expectativa na comunidade é grande. Presidente da Avante Jurerê, Marcelo Cavaggi ressalta que, desde o ano ado, o alargamento é um desejo dos moradores e que a obra só vai adiante graças a uma união das lideranças comunitárias, empresariais e pescadores da região:
“Hoje, somos um bairro só. É um momento de muita alegria. Há um ano e meio, entregamos o abaixo-assinado mostrando ao poder público que queremos o engordamento. Estamos felizes e ansiosos para que comece a obra”.

Ainda conforme Cavaggi, o alargamento de Jurerê deixou de ser um desejo e se tornou necessidade, porque vai trazer empregos e beneficiar o turismo.
“Essa obra não vai trazer benefícios só para Jurerê, mas para a cidade. Vai trazer mais investimentos. Conheço pessoas que arão a investir em Jurerê, que merece mais restaurantes, mais hotéis. O alargamento vai trazer mais crescimento para o bairro”, frisou Cavaggi.
“O comércio em geral, do grande ao pequeno, todos estão ansiosos, além de nós na comunidade”, completou.
Morador do bairro, o empresário Rodrigo Marques reforça que o alargamento também é uma questão de segurança. “Quem conhece a Praia de Jurerê sabe que, principalmente no Tradicional, temos a água batendo em casas, quando a maré sobe, colocando em risco essas construções.
Além disso, precisamos ter praia, areia. Vimos isso em Canasvieiras e Ingleses e é mais do que necessário, não só para os moradores, como para os turistas”, ressaltou.
Escaneamento no fundo do mar 1e3p30
Conforme o secretário Hahne, a reunião de ontem, na Amoju (Associação dos Moradores de Jurerê), foi importante para mostrar à comunidade como a obra será executada e para tirar dúvidas.
A prefeitura aguarda a última licença, do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para dar a ordem de serviço definitiva das obras e a partir disso serão 30 dias de mobilização para que a draga comeceu a atuar.
“Vamos pegar um período do Verão e vamos precisar tomar o máximo cuidado, principalmente com a segurança, mas fizemos Ingleses e Canasvieiras também durante o verão”, disse Hahne.
Ele lembrou ainda que, se a prefeitura perder a janela entre a temporada e a safra da tainha, só conseguirá executar a obra no segundo semestre de 2024. “Seria um grande problema para a comunidade de Jurerê que, há duas semanas, sofreu de novo com erosão marinha na praia”, completou.
O investimento em Jurerê será dividido, meio a meio, entre Prefeitura de Florianópolis e Governo do Estado. Ontem pela manhã, técnicos das secretarias de Infraestrutura municipal e estadual se reuniram para alinhar os termos do convênio que será assinado nas próximas semanas.
Para Hahne, além dos ganhos econômicos, o mais importante é resguardar e garantir a segurança da região, principalmente em Jurerê Tradicional, que tem sofrido quase que semanalmente com a erosão marinha. “Temos parte da infraestrutura urbana sendo prejudicada e o objetivo é garantir a segurança dessa orla”, salientou o secretário.

Em entrevista ao ND, o secretário informou que, nesta semana, vai um contrato autorizando a empresa a começar a mobilização do canteiro de obras. “O objetivo é ter esse trabalho de terra sendo executado, com todo um acompanhamento ambiental, arqueológico”, explicou.
Esse primeiro trabalho consiste numa filmagem no fundo do mar, a fim de investigar, por exemplo, se a região tem algum bem arqueológico.
“O Iphan nos solicitou uma investigação mais aprofundada de onde vamos retirar a areia do fundo do mar, numa espécie de escaneamento. Já apresentamos isso ao Iphan e solicitamos que, em paralelo, possamos dar ordem de serviço, porque o tempo de mobilização da draga é de 30 dias e gostaríamos de agilizar esse peocesso para não correr o risco de prejudicar o cronograma”, disse Hahne.
O trabalho será realizado pela Prosul Engenharia, projetista, supervisora e responsável pelo acompanhamento da obra, tanto na parte de engenharia, quanto ambiental.
A expectativa é que a ordem de serviço para o escaneamento seja expedida nesta semana e o serviço leve duas a três semanas, dependendo das condições do mar. A meta é começar a partir da semana que vem, no dia 20.