O ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) está entre os alvos de uma operação da Polícia Federal que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem nos sistemas da agência.

Gabinete de Alexandre Ramagem é alvo de buscas 32u5
O gabinete do parlamentar é um dos locais onde os agentes realizam buscas, juntamente com outros endereços no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A PF informou que o grupo “utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, entre as pessoas observadas estavam jornalistas e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao serem contatadas pela RECORD e o R7, a assessoria de Ramagem informou que não iria se manifestar no momento.
A PF também determinou a suspensão de sete policiais federais de suas funções públicas. Conforme a corporação, as ações desta quinta-feira (25) são parte das investigações da Operação Última Milha, que teve início em outubro de 2023.
Os mandados de busca e apreensão são cumpridos nas seguintes cidades: 2u5m33
- Brasília (DF) – 18 mandados;
- Juiz de Fora (MG) – 1 mandado;
- São João Del Rei (MG) – 1 mandado;
- Rio de Janeiro (RJ) – 1 mandado.
Caso os crimes sejam comprovados, os suspeitos podem responder por invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Operação última milha 453a6q
Em 2023, a PF descobriu indícios do uso de mais ferramentas de espionagem ilegal por servidores da Abin — entre elas um programa de invasão de computadores que permitia o a todo o conteúdo privado dos alvos. Os softwares foram encontrados nos equipamentos apreendidos durante as buscas. As informações foram readas à Record por uma fonte da corporação.
A suspeita é que os investigados usavam “técnicas que só são permitidas mediante prévia autorização judicial”.
No dia 20 de outubro do ano ado, a PF revelou que um sistema de geolocalização da Abin para dispositivos móveis, como celulares e tablets, teria sido usado em monitoramentos ilegais por servidores mais de 30 mil vezes em dois anos e meio.
Entre os alvos da espionagem irregular estariam ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás.
Os agentes encontraram mais de US$ 171 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, em Brasília. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de outros cinco funcionários da Abin.