Decisão do STJ anula provas da Operação Alcatraz e impacta investigação; entenda 6p6c5v
Ministro Joel Paciornik afirma que Receita Federal compartilhou provas de procedimentos ainda inconclusos, sem decisão judicial que autorizasse envio ao MPF 4j3h2j
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou as provas que deram origem à Operação Alcatraz. A decisão do ministro Joel Paciornik considerou ilícitas as evidências que foram compartilhados pela Receita Federal ao Ministério Público Federal, que resultou na operação em maio de 2019.
Provas iniciais da Operação Alcatraz foram anuladas – Foto: Moisés Stuker/NDTV
A denúncia investiga um suposto esquema de corrupção na Secretaria de Estado da istração. A operação foi deflagrada para combater fraudes em licitações e desvios de recursos públicos por meio de contratos de prestação de serviço de mão de obra terceirizada firmados com órgãos do governo de Santa Catarina.
Paciornik afirma que o STF firmou a orientação de que é constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira e da íntegra do procedimento fiscalizatório, mas pondera que esse entendimento “não autorizaria o compartilhamento indiscriminado, açodado e plenamente discricionário de dados sigilosos pela Receita Federal ao Ministério Público”.
Assim, todas as provas e atos que foram originados das provas iniciais devem ser extintos. “Determino, de conseguinte, a inutilização dessas provas, que deverão ser desentranhadas dos autos e, se o caso, restituídas a quem de direito”, diz o texto.
Os advogados Wiliam Shinzato e Marina Shinzato, que defendem o investigado Edson Nunes Devincenzi na Operação Alcatraz, afirmam que a decisão “é de extrema importância, porque representa uma limitação ao Poder Punitivo e uma nova interpretação a respeito da possibilidade de órgãos da Receita Federal compartilharem relatórios de inteligência financeira com o Ministério Público para fins criminais, sem autorização judicial”.
Além disso, os advogados entendem que todas as ações penais decorrentes da operação possivelmente serão anuladas. “A decisão reforça a necessidade de sempre serem observadas as regras do jogo democrático”, dizem em nota.
O MPF foi procurado para comentar o caso, mas não respondeu até o fechamento deste texto.