Em uma tentativa de ir contra a decisão da 3ª turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), a Ajin (Associação de Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional) entrou com uma liminar para a suspensão imediata da obra de reconstrução do beach club 300 Cosmo. No entanto, o pedido foi indeferido na última terça-feira (19), por decisão do juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Federal de Florianópolis.

Na sentença, Krás Borges declarou que a associação “não pode impor o cumprimento de medidas que esvaziem o julgamento em curso, bem como aplicar sanções, devendo aguardar que pontuais divergências sobre as áreas já demolidas ou ainda pendentes de desfazimento, sejam esclarecidas pela perícia técnica”.
O magistrado ainda complementa informando que “qualquer discussão quanto à reconstrução ou suspensão de obra deve ser apreciada pelo Tribunal nos autos”, cabendo a Ajin somente “aguardar a perícia”.
O 300 Cosmo é um dos cinco beach clubs envolvidos em uma disputa judicial que já dura quase duas décadas. Juntamente com o Acqua, Ammo, Café de la Musique e Donna, eles têm novamente o direito de reconstruir o que tiveram que derrubar antes da alta temporada começar e, assim, tentar recuperar os prejuízos. Entre novembro de 2022 e maio deste ano, os empreendimentos chegaram a ser interditados duas vezes após terem os alvarás de funcionamento suspensos. Alguns chegaram a demolir 70% das estruturas.
Trava no progresso de Jurerê Internacional 2vs3s
Na visão do proprietário do estabelecimento, Tiago Escher, é triste ver que uma associação que se diz do bairro vai contra o crescimento e progresso. Segundo ele, o 300 foi o beach club com prejuízo maior por ter demolido um espaço maior.
“Com a demolição, a pedido da Ajin, fomos os mais prejudicados. A associação sempre tenta se esquivar, dizendo que não é contra os beach clubs, mas a ação inicial a pedido da Ajin foi pela demolição total dos beach clubs”, revela.
“E, mesmo com a sentença do TRF-4 de manter, de acordo com o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) de 2006, eles continuam procurando alguma forma de inviabilizar os beach clubs. E esse é o objetivo”, ressalta.
Local funcionará todos os dias durante a alta temporada 6p3i4k
O empresário Tiago Escher ainda reforça que tentou conversar com a Ajin, mesmo antes de saber que a associação daria entrada com o pedido na justiça.
“Procuramos o presidente da Ajin, Luiz Carlos Zucco, para conversar, inclusive por mensagem e, mesmo assim, dois dias depois eles juntaram as fotos do 300 e entraram com a liminar”, conta. Ainda assim, Escher está esperançoso. Neste sábado, o 300 será reinaugurado e, a partir de segunda, aberto todos os dias para a alta temporada.
“Estamos recompondo aquilo que foi demolido e deixando de acordo com o que existia em 2006, segundo todas as plantas. Então esse é o movimento que estamos fazendo 24h/7 dias, trabalhando há três semanas para reconstruir o que foi demolido”, conta.
“Tenho acompanhado, e até me deixou preocupado, que as pessoas tiraram Jurerê do radar. Então, sábado, vamos reabrir para pegar a temporada e mostrar para as pessoas que estaremos abertos”, declara. A reportagem procurou o presidente da Ajin, Luiz Carlos Zucco, mas não obteve retorno até o fechamento.