A primeira audiência do médico Marcelo Evandro dos Santos, réu por supostamente ter deformado pacientes com procedimentos cirúrgicos, ocorre nesta terça-feira (1º), na 2ª Vara Criminal de Florianópolis, desde às 14h. A instrução tem como base a denúncia apresentada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Marcelo é julgado por lesão corporal gravíssima. Durante a sessão, serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa. Outra audiência sobre o caso está marcada para a próxima terça-feira (8), também às 14h.
Mulher que perdeu os seios em cirurgia ‘x-tudo’ vai depor na audiência 3g5c5q
A neuropsicopedagoga Letícia Mello, que pagou R$ 83 mil por uma cirurgia plástica com Marcelo, estará presente na sessão do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). Segundo ela, o procedimento era chamado pelo médico de cirurgia ‘x-tudo’.

Ela foi submetida a 12 intervenções, cirurgia com duração de dez horas, e retirou 7 kg de gordura. A paciente de Santa Catarina perdeu os dois seios e ficou 20 dias com feridas abertas, o que resultou em cicatrizes em diferentes partes do corpo.
Em nota à reportagem da Record TV, quando Letícia tornou público o caso, a defesa do cirurgião afirmou que “jamais realizou ‘8 procedimentos’” e que Letícia fez apenas três: “lipoenxertia, mamas e bodytite”.
Relembre o caso 6r6f37
Em outubro de 2024, as denúncias contra o médico começaram a vir a público. O caso de Letícia Mello deu origem ao processo. “A gente chama isso de x-tudo, em cirurgia plástica, faz barriga, peito, lipo, tudo no mesmo dia”, disse o médico em um áudio.

Marcelo Santos responde a pelo menos outros oito processos envolvendo erros em cirurgias plásticas e chegou a ser condenado pela Justiça em um deles. Uma paciente também morreu após ar por um procedimento realizado pelo cirurgião, no Paraná.
Um levantamento do programa Domingo Espetacular, da Record TV, identificou que o profissional já sofreu sanções, inclusive, de órgãos reguladores, como o CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná).
Em 2015, ele foi advertido por assumir o risco de realizar uma cirurgia múltipla e de longa duração. À época, conforme o documento, ele não tinha registro para atuar como cirurgião plástico naquele estado.

Em nota à imprensa, o cirurgião plástico de Florianópolis alegou que, antes de cada operação, “todos os exames necessários” são solicitados para prestar “o atendimento mais personalizado e humano possível”.
Ele também citou ser membro de, pelos menos, três sociedades de cirurgiões plásticos, tanto no Brasil quanto no exterior. Assim, ele diz estar “em constante atualização”, bem como “realizando cursos de qualificação e participando de congressos voltados ao conhecimento e aprimoramento do domínio dos procedimentos em cirurgia plástica”.