
A Polícia Federal incluiu os nomes dos advogados Nelson Wilians, Willer Tomaz e do empresário Paulo Octávio em relatórios financeiros que listam transações bilionárias consideradas “atípicas”, no contexto da investigação sobre fraudes em descontos indevidos em aposentadorias do INSS.
Embora os dados financeiros tenham sido analisados nos relatórios, a PF afirma que não há indícios de envolvimento direto dessas pessoas com o suposto esquema, e elas não são alvos formais da operação.
PF lista transações atípicas ligadas à investigação do INSS 5781k
A Polícia Federal identificou transações realizadas por advogados e empresários em meio à apuração de um esquema de fraudes em descontos indevidos de aposentadorias do INSS.
Entre os nomes citados nos relatórios, estão o advogado Nelson Wilians, o criminalista Willer Tomaz e o empresário Paulo Octávio. Apesar das citações, nenhum deles é formalmente investigado, conforme destacou a própria PF.
A análise faz parte de um conjunto de RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira) elaborados pelo Coaf. Os documentos foram ados após o fim temporário do sigilo judicial, mas tiveram sua confidencialidade restabelecida.
Nelson Wilians e movimentações bilionárias 3zi2u
O escritório do advogado Nelson Wilians aparece em Relatórios de Inteligência Financeira com movimentações que somam R$ 4,6 bilhões entre julho de 2019 e julho de 2024.
Desse total, R$ 4,3 bilhões estariam relacionados a uma conta vinculada diretamente ao escritório de advocacia, segundo o próprio Wilians. O advogado nega qualquer relação dessas transações com investigações em curso.
“Os R$ 4,3 bilhões mencionados não guardam qualquer vínculo com o escândalo citado, sendo oriundos de movimentações de conta vinculada ao escritório”, disse Wilians por meio de nota.
Ele também afirma que valores pagos ao empresário Maurício Camisotti referem-se à compra de um imóvel e não têm relação com as apurações que envolvem o nome do empresário.

“A exposição de dados vinculados a RIFs pode gerar interpretações equivocadas”, disse Wilians em nota, criticando a divulgação das informações sem contexto.
Willer Tomaz e pagamentos a investigado 6a1u6q
O criminalista Willer Tomaz teve movimentações de R$ 45,5 milhões identificadas entre maio e novembro de 2021. A PF também registrou um pagamento de R$ 120 mil feito por ele a Milton Salvador de Almeida Júnior, apontado como figura próxima de investigados no esquema. Tomaz nega qualquer irregularidade, afirmando que todas as suas movimentações financeiras são lícitas e declaradas.

Em nota, reforçou que o pagamento a Milton Salvador se refere a serviços prestados antes da investigação.
Paulo Octávio também é citado em relatórios 6h265w
O empresário e ex-governador do DF Paulo Octávio também aparece nos documentos com transações de R$ 1 bilhão entre 2019 e 2021. A assessoria do empresário confirmou que ele foi sócio de Milton Salvador, mas garantiu que as movimentações não têm relação com a fraude no INSS.

“Não há intenção de questionar procedimentos das autoridades em uma investigação que não tem relação com as atividades das Organizações PaulOOctavio”, declarou.
A origem das transações atípicas 232q6p
Os RIFs são elaborados pelo Coaf a partir de comunicações feitas por bancos e outras instituições obrigadas por lei a reportar movimentações suspeitas.
A mera inclusão em um relatório não implica irregularidade, mas pode servir de base para investigações aprofundadas. Segundo a PF, “tais comunicações não informam todas as operações, mas apenas aquelas com indícios de lavagem de dinheiro ou ilícito”.