O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, decidiu na noite de sábado (29) proibir que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) realize, até o fim do segundo turno das eleições, qualquer tipo de operação relacionada ao transporte público, gratuito ou não, de eleitores.

Apesar da decisão, diversas denúncias foram recebidas pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que agentes da PRF estariam realizando operações para evitar o trânsito de ônibus e, com isso, aumentar a abstenção de eleitores, principalmente no Nordeste, segundo a coligação do candidato petista.
Por conta das denúncias, o ministro Alexandre de Moraes, cobrou respostas do diretor da corporação Silvinei Vasques.
A campanha de Lula informou ter acionado o TSE contra um suposto descumprimento da ordem de Moraes pelo diretor-geral da PRF, inspetor Silvinei Vasques. Segundo reportagens, Vasques teria publicado, e depois apagado, mensagem nas redes sociais pedindo voto no atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

“A coligação recebeu diversas denúncias, principalmente no Nordeste, de que agentes da PRF estão realizando operações para evitar o trânsito de ônibus e, com isso, aumentar a abstenção de eleitores”, informou a coligação em nota, acrescentando que a ação pede multa de 500 mil reais por hora de descumprimento da decisão judicial.
Lula venceu a eleição no primeiro turno em todos os Estados do Nordeste com ampla margem de votos sobre Bolsonaro.
O índice de abstenção é considerado um fator chave para os resultados deste domingo (30), depois do não comparecimento de mais de 20% do eleitorado no primeiro turno. Quanto mais acirrada a disputa entre Lula e Bolsonaro, mais importante se torna a taxa de abstenção.
Moraes intima diretor 5e2b3e
Após a realização de operações da PRF relacionadas ao transporte público de eleitores, o ministro Alexandre de Moraes, cobrou respostas do diretor da corporação Silvinei Vasques.
Em novo despacho, Moraes solicita que a PRF informe “imediatamente” sobre as razões pelas quais são realizadas operações proibidas pelo TSE. O magistrado indica um vídeo divulgado nas redes sociais de uma operação do tipo para exemplificar o descumprimento da ordem.
A reportagem do R7 apurou que o diretor da PRF está na sede do TSE para prestar os esclarecimentos. Pela decisão, os diretores-gerais tanto da PRF como da Polícia Federal podem ser enquadrados em crime eleitoral em caso de descumprimento.