Mudança climática provoca seca histórica e fome no Chifre da África 3u1c2i

Relatório científico aponta que escassez de chuvas com temperaturas elevadas não poderiam ter acontecido sem as emissões humanas de gases do efeito estufa 11284y

A seca histórica que afeta a região do Chifre da África é consequência de uma combinação de escassez de chuvas com temperaturas elevadas que não poderia ter acontecido sem as emissões humanas de gases do efeito estufa, afirma um relatório científico publicado nesta quinta-feira (27).

“A mudança climática provocada pelas atividades humanas tornou a seca agrícola no Chifre da África quase 100 vezes mais provável”, afirma um relatório do grupo WWA (World Weather Attribution), uma rede mundial de cientistas que avalia a relação entre eventos meteorológicos extremos e os transtornos do clima.

Países do Chifre da África enfrentam a pior seca em 40 anos, dizimando gado e plantações e levando quase 22 milhões de pessoas à fome – Foto: Pixabay/NDPaíses do Chifre da África enfrentam a pior seca em 40 anos, dizimando gado e plantações e levando quase 22 milhões de pessoas à fome – Foto: Pixabay/ND

Os países do Chifre da África (Etiópia, Eritreia, Somália, Djibouti, Quênia e Sudão) enfrentam desde o fim de 2020 a pior seca nesta enorme península do leste continente em 40 anos.

Cinco temporadas de chuvas insuficientes dizimaram o gado e destruíram as plantações.

De acordo com a ONU, quase 22 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome na Etiópia, Quênia e Somália, um país que também enfrenta uma insurreição islâmica.

De acordo com os 19 cientistas que elaboraram o relatório, a mudança climática teve “pouco efeito nas chuvas anuais recentes”. Mas influenciou muito a elevação das temperaturas, que acelera a evapotranspiração, o que resulta em um ressecamento recorde dos solos e das plantas.

“Foi por causa da mudança climática que esta seca se tornou tão grave e excepcional”, resumiu a climatologista Joyce Kimoutai, que está no grupo que redigiu o documento.

A rede WWA é uma organização respeitada por sua capacidade de demonstrar os vínculos entre fenômenos meteorológicos extremos e o aquecimento global.

Seus resultados não seguem o longo processo de publicação das revistas científicas e são elaborados com base em uma metodologia científica.

Detalhes do relatório 38ho

Neste caso, a WWA baseou seu estudo em três das áreas mais afetadas do Chifre da África: o sul da Etiópia e Somália e o leste do Quênia.

O relatório destaca que a mudança climática está afetando os períodos de chuva de maneiras opostas. A estação mais prolongada de chuvas “tornou-se mais seca e um déficit de precipitações é duas vezes mais provável”, enquanto “a estação curta ficou mais úmida”.

Nos últimos anos, no entanto, “a tendência úmida da temporada curta foi acobertada pelo fenômeno climático La Niña”, que diminui as chuvas tropicais e para o qual não há evidências de que seja influenciado pela mudança climática.

Além da convergência de fatores também existe o aumento das temperaturas, que provocou um ressecamento recorde de solos e das plantas. Tudo isso contribuiu para uma sucessão de cinco temporadas com secas históricas.

“A mudança climática é uma condição necessária para que uma seca tão grave aconteça”, ressaltam os cientistas.

Raras até agora, estas secas têm 5% de probabilidade de se repetir a cada ano, segundo o relatório.

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