O hidrogênio é considerado o combustível do futuro. Diante da crise energética e do aumento da poluição gerada por combustíveis fósseis, o portal ND+ traz mais informações sobre essa tecnologia e como ela funciona na prática.
De acordo com a engenheira sanitarista e ambiental e doutora em Engenharia Química, Maíra Mallmann, que participa do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), este é o tipo de combustível mais abundante disponível.
Hidrogênio verde é considerado o combustível do futuro – Foto: Reprodução/Freepik/ND
“O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo, porém é dificilmente encontrado sozinho. Normalmente está associado a outros elementos, como o oxigênio, formando a molécula da água”, explica a engenheira.
Segundo a profissional, existem diversas formas de produzir hidrogênio, mas mundialmente a principal forma de obtenção ainda é a partir de combustíveis fósseis como o gás natural e o carvão, o que ocasiona a emissão de grande quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. No entanto, há como produzi-lo de forma limpa.
A produção do hidrogênio verde 4d1o53
“Uma maneira limpa de produzir hidrogênio é utilizando fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, para dividir a água em hidrogênio (H2) e oxigênio (O2) por um processo conhecido como eletrólise”, fala.
A profissional explica que como não há emissões de carbono nessa rota de produção, o hidrogênio gerado é considerado o hidrogênio verde. Esse gás incolor e inodoro pode ser armazenado em altas pressões por longos períodos sem perder sua energia, para que seja aplicado em uma célula a combustível e gerar energia elétrica, ou então em processos químicos como a produção de amônia como base para fertilizantes.
“Os carros com motores à combustão aos quais estamos acostumados não estão adaptados para receber esse combustível, mas já existem carros com células a combustível disponíveis no mercado. O hidrogênio verde é uma excelente opção para substituir os combustíveis fósseis e contribuir para a descarbonização”, conta.
No entanto, segundo a engenheira, não há veículos movidos a hidrogênio verde disponíveis para compra no Brasil.
“Faz pouco tempo que os investimentos em hidrogênio verde começaram. Há vários eletrolisadores sendo instalados em diferentes lugares do Brasil, principalmente em indústrias e portos, mas o foco principal não é nos veículos leves. Lembrando que o hidrogênio pode ser convertido em energia elétrica”, finaliza.
Rio debate hidrogênio como fonte energética 6p4b5t
Especialistas do setor de energia participam, a partir desta segunda-feira (29) até a próxima quarta (31), do 3º Congresso Brasileiro de Hidrogênio, em Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A ideia é discutir o desenvolvimento da cadeia de valor do elemento químico, em especial sua comercialização e uso, e fomentar projetos e estudos relacionados à produção, ao condicionamento, armazenamento, transporte, à regulação e ao desenvolvimento de infraestrutura.
No evento também será apresentado um protótipo do ônibus híbrido movido a eletricidade/hidrogênio. A prefeitura de Maricá pretende investir R$ 11,5 milhões no desenvolvimento de três veículos com combustíveis não poluentes, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O congresso inclui também uma feira com estandes de mais de 30 empresas, que apresentam produtos, tecnologia e equipamentos relacionados ao uso do hidrogênio.
*Com informações da Agência Brasil
